DESEJO MANIFESTADO NA NOVA CARTA APOSTÓLICA “IRMÃO SOL”

DESEJO MANIFESTADO NA NOVA CARTA APOSTÓLICA “IRMÃO SOL”

Papa defende energia solar com vista à neutralidade climática

O Papa Francisco anunciou, na quarta-feira, a construção de uma central agrovoltaica para garantir as necessidades energéticas do Estado do Vaticano. Na ocasião, sensibilizou a comunidade internacional para um esforço conjunto com vista à neutralidade climática.

“É necessário fazer a transição para um modelo de desenvolvimento sustentável que reduza as emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera, com o objectivo da neutralidade climática”, escreve o Papa Francisco na carta apostólica “Irmão Sol”, publicada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O texto, que se inspira numa expressão de São Francisco de Assis, sublinha que a Humanidade “dispõe de meios tecnológicos” para enfrentar a transformação ambiental, com destaque para energia solar, enfrentando as “perniciosas consequências éticas, sociais, económicas e políticas” da emissão de gases com efeito de estufa.

Em Julho de 2022, a Santa Sé aderiu à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. “Com este instrumento, pretendi contribuir para os esforços de todos os Estados no sentido de oferecerem, de acordo com as suas respectivas responsabilidades e capacidades, uma resposta adequada aos desafios que as alterações climáticas colocam à Humanidade e à nossa Casa Comum”, refere o Papa.

O Santo Padre confiou ao Governo do Estado da Cidade do Vaticano e à Administração do Património da Sé Apostólica (APSA) a tarefa de construir uma central agrovoltaica no espaço de Santa Maria di Galeria, localizado a cerca de trinta quilómetros a norte do Vaticano, onde se encontram as antenas emissoras da Rádio Pontifícia.

A nova central deve assegurar “não só a alimentação da estação de rádio aí existente, mas também o completo sustento energético do Estado da Cidade do Vaticano”.

A energia agrovoltaica procura aproveitar a mesma superfície de terreno, tanto para obtenção de energia solar quanto de produtos agrícolas.

Francisco nomeou os responsáveis do Governatorato do Vaticano e da APSA como comissários extraordinários, para o projecto.

Em Novembro de 2023, o Vaticano anunciou a implementação de um programa de desenvolvimento da mobilidade sustentável, projectando uma frota composta exclusivamente por carros eléctricos, até 2030.

Em 2020, o Papa assumiu o compromisso de “reduzir a zero” as emissões totais, na Cidade do Vaticano, antes de 2050, “intensificando o esforço das questões ambientais já em curso há alguns anos, que possibilitam o uso racional de recursos naturais como a água e a energia, a eficiência energética a mobilidade sustentável, a reflorestação e a economia circular”.

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