PARÓQUIA DE SÃO LÁZARO QUER PREPARAR PAROQUIANOS “PARA O CÉU”

PARÓQUIA DE SÃO LÁZARO QUER PREPARAR PAROQUIANOS “PARA O CÉU”

Porque a morte é apenas uma ponte

Cuidar do corpo, ajudar a gerir heranças e questões sucessórias, mas sobretudo nutrir a alma e prepará-la “para o céu”. Na paróquia de São Lázaro há cada vez mais paroquianos despertos para interrogações de natureza espiritual. Aos 77 anos, o padre João Lau quer dar resposta a algumas dessas inquietações.

A paróquia de São Lázaro quer ajudar a preparar os seus paroquianos de idade mais avançada para a morte e está a ultimar a criação de um grupo de discussão sobre a matéria. A novidade foi avançada a’O CLARIMpelo padre João Lau, para quem a nova estrutura deverá ajudar também a dar resposta a preocupações mais mundanas, como a gestão das heranças e de outras questões sucessórias.

A maioria dos idosos que residem na zona de São Lázaro, garante o sacerdote, são felizes e usufruem de uma existência despreocupada. Uma das poucas aflições com que se deparam, sustenta o pároco, prende-se com a proximidade ao fim da vida. «Na nossa paróquia, há pessoas idosas bastante felizes. Não lhes falta dinheiro. A maior parte destas pessoas estão já aposentadas, são de classe média e não lhes falta nada. Vão a passeios, vão almoçar com os amigos a restaurantes», ilustra o padre João Lau. «Não lhes falta nada, em comparação com outras zonas, como a zona de Nossa Senhora de Fátima, onde as coisas são um pouco diferentes», adverte.

Se as necessidades materiais não são problema, há cada vez mais pessoas despertas para as preocupações do foro espiritual. A paróquia de São Lázaro está a preparar um pequeno espaço junto à igreja onde, futuramente, deverão ser abordadas estas e outras questões. «Estou a pensar, em conjunto com uma associação, fazer qualquer coisa para os preparar para o céu, tanto em termos físicos como espirituais», revela o padre João Lau, em declarações a’O CLARIM. «A ideia é também ajudar a preparar a gestão dos seus bens, a quem vão deixar a herança, bem como preparar a sua vida como cristãos para ajudar Deus. É ajuda-los a fazer aquilo que antigamente era impensável fazer», complementa o sacerdote.

A solução deverá passar pela criação de um canal de discussão que propicie um diálogo mais estreito entre a paróquia e a comunidade, com o propósito de esclarecer dúvidas e apaziguar eventuais angústias. «A morte é uma preocupação tanto espiritual, como corporal. Este aspecto é uma necessidade que eu julgo existir. Isto é algo que estou a fazer. Estou a preparar uma casinha, aqui ao lado da igreja, para receber esta inicativa». «É um lugar de reunião aberto a todos. Vai servir para planear qualquer actividade, para organizar um passeio. E vai servir para mim também, que já sou idoso. Eu tenho 77 anos. Eu com 75 anos já tinha o direito de me aposentar, mas enquanto me continuar a sentir com vontade por cá continuarei», remata o actual pároco de São Lázaro.

M.C.

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