Papa pede fim das armas nucleares e reforma da ONU

Papa pede fim das armas nucleares e reforma da ONU

DURANTE O ENCONTRO ANUAL COM O CORPO DIPLOMÁTICO JUNTO DA SANTA SÉ

O Papa defendeu, no passado dia 9 de Janeiro, «um mundo sem armas nucleares», durante o discurso dirigido aos diplomatas de 183 países acreditados junto da Santa Sé. Na mesma ocasião, também defendeu a reforma da Organização das Nações Unidas, 75 anos após a sua fundação.

«Um mundo sem armas nucleares é possível e necessário, e é tempo que se tornem cientes disto mesmo quantos têm responsabilidades políticas, porque não é a posse dissuasora de poderosos meios de destruição de massa que torna o mundo mais seguro», disse Francisco, no encontro anual com os membros do Corpo Diplomático junto do Vaticano.

Na intervenção o Santo Padre recordou o encontro com sobreviventes aos bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasáqui, no Japão, em Novembro de 2019: «Pareceu-me evidente que não se pode construir uma verdadeira paz sobre a ameaça duma possível aniquilação total da humanidade provocada pelas armas nucleares».

Num discurso com cerca de cinquenta minutos, o Papa observou que «armas de tão grande força destruidora», como as nucleares, «não só fomentam um clima de medo, desconfiança e hostilidade, mas destroem também a esperança», pelo que o seu uso é «imoral».

Em 2020, lembrou o Pontífice, vai decorrer em Nova Iorque a 10.aConferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, entre 27 de Abril a 22 de Maio.

Francisco desejou que a comunidade internacional chegue a um «consenso final e proactivo» sobre as modalidades de implementação deste instrumento jurídico internacional.

Também em 2020 assinala-se o 75.º aniversário de fundação das Nações Unidas, nascida após a experiência da II Guerra Mundial (1939-1945) para promover o desejo de paz, a busca da justiça, o respeito pela dignidade da pessoa, a cooperação humanitária e a assistência.

«Podemos dizer que o serviço das Nações Unidas nestes 75 anos foi, em grande parte, um sucesso, especialmente para evitar outra guerra mundial», assinalou, tendo acrescentado que é necessária «uma reforma geral do sistema multilateral», a partir do sistema das Nações Unidas, que «o torne mais eficaz, tendo na devida consideração o contexto geopolítico actual».

In ECCLESIA

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