Estará na Santa Sé a solução para a Paz?
O Papa confirmou, no início da semana, que uma eventual visita à Ucrânia está «em cima da mesa», projectando ainda a possibilidade de um encontro com o Patriarca Cirilo, do Patriarcado Ortodoxo de Moscovo.
«Estou disposto a fazer o que for preciso, e a Santa Sé, especialmente o lado diplomático, o cardeal (Pietro)Parolin [secretário de Estado]e D. (Paul Richard)Gallagher [secretário para as relações com os Estados], estão a fazer de tudo, mas tudo; não podemos é publicar tudo o que fazem, por prudência, por sigilo, mas estamos no limite», disse aos jornalistas, no voo de regresso a Roma, desde Malta.
Numa breve conferência de Imprensa, após a visita de dois dias à ilha do Mediterrâneo, Francisco reforçou o que já havia dito aos profissionais da Comunicação Social, à partida para a viagem. «Alguém mo perguntou, mais do que um, e eu disse com sinceridade que tinha em mente ir lá[Ucrânia], que há sempre disponibilidade; não há “não”, estou disponível», precisou.
O Papa destacou que a viagem à Ucrânia «está na mesa, está aí como uma das propostas que chegou», acrescentando: «Não sei se poderá ser feita, se é conveniente fazê-la; se fazê-la seria o melhor ou se é conveniente fazê-la, se a devo fazer, tudo isso está no ar».
Francisco adiantou, sem ser questionado, que está a ser preparado um encontro com o Patriarca Cirilo, com quem se reuniu pela primeira vez em Cuba, há seis anos: «Estamos a pensar no Médio Oriente para o fazer, é assim que as coisas estão agora».
A 16 de Março, o Papa e o Patriarca ortodoxo de Moscovo conversaram sobre a guerra na Ucrânia e a situação humanitária na região, num encontro “online”.
Outra viagem em perspectiva é o regresso do esmoler pontifício, cardeal D. Konrad Krajewski, à Polónia, para se encontrar com os refugiados ucranianos, a pedido do Presidente polaco, que se reuniu com Francisco na passada sexta-feira. «Ele já foi duas vezes, levou duas ambulâncias e esteve com os refugiados, mas vai novamente, está disposto a fazê-lo», afirmou o Pontífice.
Questionado sobre as imagens que chegam da cidade de Bucha, na região de Kiev, onde muitos corpos foram descobertos após a partida das forças russas, o Papa disse ainda não ter tido oportunidade de se informar sobre este caso. «A guerra é sempre uma crueldade, uma coisa desumana, que vai contra o espírito humano, nem digo cristão, humano. É o espírito de Caim», respondeu.
In ECCLESIA