Cáritas toma o pulso às expectativas dos anglófonos

INQUÉRITO “ONLINE” DECORRE ATÉ AO FINAL DE JUNHO

Cáritas toma o pulso às expectativas dos anglófonos

A Cáritas de Macau quer tomar o pulso às necessidades e expectativas da população de Macau que comunica em língua inglesa e está a promover, até ao final de Junho, um inquérito anónimo direccionado às comunidades migrantes e expatriadas que vivem e trabalham no território. Na próxima semana, a organização vai promover duas acções de formação com o objectivo de preparar os seus trabalhadores para um eventual surto de Covid-19.

A Cáritas estima que residam actualmente em Macau cerca de setenta mil pessoas que têm o Inglês como primeira língua ou como língua de trabalho e de comunicação. O inquérito, explicou Paul Pun em declarações a’O CLARIM, tem o grande propósito de melhor servir uma fatia da população a que falta, muitas das vezes, representatividade. «A Cáritas apercebeu-se que há muitas pessoas em Macau que não têm forma de expressar as suas opiniões e as suas necessidades. Em Macau há neste momento cerca de 180 mil trabalhadores migrantes. Se excluirmos os que se expressam em Chinês, os restantes setenta mil comunicam em Inglês. E estas pessoas têm as suas próprias necessidades», disse o secretário-geral da Cáritas de Macau. «Ao organizarmos este questionário, queremos perceber a que tipo de necessidades devemos dar resposta caso venhamos a organizar algo direccionado para esta fatia da população. O nosso objectivo é perceber que tipo de serviço lhes pode ser mais útil», complementou.

As conclusões do inquérito, que o responsável pela Cáritas local qualifica como «relativamente simples», vão ajudar a definir as prioridades para o próximo ano em termos de acompanhamento social. Os dados – destinam-se a uso exclusivo da Cáritas – deverão também servir para traçar um retrato das comunidades imigrantes radicadas no território. «Queremos ficar a saber quais são as principais preocupações com que se deparam. Também queremos obter alguns dados estruturais para perceber por que razão estão em Macau; se estão em Macau por causa do emprego ou se há outras razões. O nosso grande objectivo é, no entanto, procurar perceber como os podemos servir melhor», reiterou Paul Pun.

A “SOMBRA” DA PANDEMIA

Prevenir para não ter que remediar. É este o objectivo das acções de formação que a Cáritas vai organizar nos dias 11 e 13 de Abril. A iniciativa, destinada sobretudo a assistentes sociais e a trabalhadores do sector da saúde, visa preparar os participantes para um eventual surto de Covid-19, numa altura em que o novo coronavírus volta a colocar à prova a resiliência da população chinesa.

A Cáritas esteve, recentemente no “olho do tufão”, depois de um funcionário de um dos lares de idosos que administra ter sido considerado como contacto próximo de um paciente infectado com Covid-19. «Num dos nossos lares de idosos tivemos um funcionário que foi considerado como sendo um caso de contacto próximo de uma pessoa infectada e, por causa disso, o lar teve de ser colocado em confinamento. Se uma situação similar ocorrer, o que devemos fazer? Queremos preparar os nossos funcionários para que possam ter a melhor resposta emocional possível e desenvolver a atitude mais apropriada perante uma situação de crise. Estas iniciativas são uma oportunidade para discutir estas questões com a audiência», concluiu Paul Pun.

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