PADRE VÍTOR MIRA, PÁROCO DE ALQUEIDÃO DA SERRA

PADRE VÍTOR MIRA, PÁROCO DE ALQUEIDÃO DA SERRA

«Que esta Jornada fique no coração dos jovens de Macau»

Foi em Alqueidão da Serra que o grupo de jovens peregrinos de língua portuguesa da diocese de Macau foi acolhido por famílias locais nos dias que antecederam a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa. A aldeia foi ponto de partida e de chegada da delegação nas deslocações realizadas ao Santuário de Fátima e à cidade de Leiria, e palco de várias actividades lúdicas e religiosas organizadas pela paróquia de Alqueidão da Serra. O seu pároco, padre Vítor Mira, trocou algumas impressões com O CLARIM.

O CLARIM – Como se prepararão para acolher o grupo de jovens de Macau na vossa paróquia?

PADRE VÍTOR MIRA – Preparámo-nos ao longo de um ano, quer a nível vicarial como a nível paroquial. Primeiro, precisámos de ver que pessoas iriam ser escolhidas para integrar os trabalhos. Começámos por criar uma equipa pequena a nível vicarial e paroquial. À medida que os trabalhos foram acumulando, fomos aumentando a própria equipa, dividindo as tarefas entre nós e divulgando na Paróquia – através da folha paroquial e de avisos paroquiais – o que ia sendo feito. Também fomos sensibilizando os paroquianos para a importância da Jornada ser aqui tão perto e de acolherem pessoas diferentes, de outras origens. Considero que o Espírito Santo fez o resto.

CL – Os nossos jovens ficaram muito bem impressionados com o testemunho cristão das famílias…

P.V.M. – São pessoas muito integradas na comunidade e sensíveis. As pessoas são genuinamente boas; ocorreu-lhes, sobretudo, vencer o medo: Quem vem? Como vem? Quem será a pessoa que vem para minha casa? Penso que a insistência e o desafio foram lançados como um apelo: Será que não os vamos receber? Será que não os vamos acolher? Temos que mandar os jovens para o ginásio, quando podemos tê-los em nossa casa? Eu também acolhi jovens na minha casa justamente por isso. Pouco a pouco fomos tocando o coração das pessoas e o acolhimento foi alargando. Depois, a nível vicarial, constituímos uma equipa que procurou preparar os itinerários, o programa, as várias actividades, a logística e outras coisas. Tivemos muitas reuniões porque era algo novo para nós e graças a Deus acho que correu bem. Acolher os jovens era para nós uma oportunidade única e acreditamos que quando recebemos os outros, quando damos de nós, também recebemos. Essa é a atitude bíblica. Estive em África, em Angola e era muito interessante ao chegarmos a uma comunidade pela primeira vez sermos recebidos em festa, em alegria. Dizíamos: mas se nós ainda não fizemos nada!…

CL – Como descreve estes jovens de Macau?

P.V.M. – Uns ficaram em minha casa e outros noutras casas. Todos gostaram muito da experiência, houve até alguém que me disse: Padre, se agora fizesse o mesmo pedido, apareceria o dobro das famílias, porque o testemunho das famílias que acolheram os jovens foi muito bom.

CL – Uma mensagem para os jovens de Macau…

P.V.M. – Que esta Jornada fique no coração deles, que esta experiência na nossa paróquia e em Lisboa não seja apenas um momento pontual nas suas vidas, mas que com Maria – como grande figura desta Jornada – saibam guardar tudo no coração para depois ao longo da vida melhor saberem receber Aquele por quem aguardamos.

Pe. Eduardo Emilio Agüero, SCJ

Em Portugal

LEGENDA: Padre Vítor Mira, à direita

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