De volta à normalidade

Os últimos dias têm sido um corre, corre tremendo. Os nossos amigos chegaram num sábado e saímos de Fort-de-France em direcção a Grand Anse na terça-feira. Ali ficámos uma noite após pouco mais de duas horas de barco a motor. No dia seguinte rumámos a St. Lucia, numa travessia que demorou cerca de cinco horas e que decorreu sem problemas nem enjoos de maior. Em St. Lucia estivemos três dias que deram para fazer praia, visitar as Pitons (dois morros que estão classificados como Património Mundial pela UNESCO) e ainda houve tempo para compras e visitar amigos que fizemos durante a nossa estada prévia de seis meses por estas paragens. Depois seguimos para Martinica novamente, mais cinco horas de travessia com ventos fortes e mar bastante alto. Fomos directamente para Sainte Anne, onde ficámos até os nossos amigos deixarem a nossa companhia para regressar a Portugal. Satisfeitos – esperamos – já a pensarem em voltar para um outro destino num futuro próximo. Para nós, apesar da azáfama, foi um prazer tê-los a bordo, assim como será ter outros amigos connosco. É uma forma de variar o nosso dia-a-dia.

Felizmente o barco tem estado sem problemas, como aliás tem sido norma nesta viagem. Tirando o episódio da bomba de água nada mais houve de complicado. O problema, pelo que parece, está agora ultrapassado e queremos que assim continue.

Iremo-nos preparar para rumar ao Sul, sem ter ainda destino decidido. Apenas sabemos que teremos companhia à nossa espera em Grenada e que temos de retirar o nosso veleiro da água para a manutenção de rotina. Há quase dois anos que não é inspeccionado e pintado. Vamos aproveitar para fazê-lo algures numa das ilhas a Sul, possivelmente Bequia ou então em Grenada, ou ainda mais a Sul em Trinidad e Tobago. No momento certo aqui daremos conta das decisões e do que iremos fazer.

Ter amigos a bordo é gratificante apesar de todo o trabalho extra que temos: mais comida, mais limpezas, mais água, mais tudo! É bom sair da rotina e variar o dia-a-dia. Estes últimos, embora algumas vezes tenham sido de arrepiar os cabelos por causa das duas crianças, foram de extrema alegria e trouxeram uma outra vida à embarcação. Acordar e ter amigos para partilhar o café da manhã e passar o dia inteiro na sua companhia é algo que nos dá alegria. Passamos a maior parte do ano a viver em família, sem grandes contactos com amigos de infância e familiares. Tirando as esporádicas chamadas por telefone ou via Internet, pouco mais fazemos. Por isso, ter a oportunidade de partilhar a nossa casa, vinte e quatro horas, durante meia-dúzia de dias, com amigos de longa data, é gratificante. E, além de nos dar a oportunidade de falar de assuntos familiares, temos também a oportunidade de partilhar este nosso estilo de vida e de lhes dar a conhecer locais paradisíacos.

Estes nossos amigos, provenientes do Porto, depois da visita a St. Lucia já decidiram que irão voltar um dia para ali ficar durante umas férias num dos muitos hotéis que a ilha tem para oferecer.

Esperamos que outros amigos sigam o exemplo e experimentem vir partilhar alguns dias connosco a bordo da nossa casa flutuante. Será um prazer receber todos por alguns dias e levá-los a visitar alguns locais por onde passámos. Basta dizer quando pensam vir para que tudo seja combinado.

Com a vida a retornar à normalidade, vamos concentrar-nos na ida para Sul e no que temos a fazer para os próximos meses, tendo em vista a grande travessia que aí vem.

João Santos Gomes

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