CARLO ACUTIS VAI SER CANONIZADO EM 2025

CARLO ACUTIS VAI SER CANONIZADO EM 2025

Ano Santo também para os Jovens

O Papa anunciou que vai canonizar o beato Carlo Acutis (1991-2006), adolescente italiano, na celebração do Jubileu dos Adolescentes, que decorre de 25 a 27 de Abril, no próximo Ano Santo de 2025.

«Quero anunciar que no próximo ano, na Jornada das Crianças e dos Adolescentes, vou canonizar o beato Carlo Acutis. E na Jornada da Juventude, no próximo ano, canonizarei o beato Pier Giorgio Frasati», disse, no final da audiência semanal das quartas-feiras, que decorreu na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Carlo Acutis nasceu em Londres, onde os seus pais estavam a trabalhar, e faleceu na cidade de Monza, em Itália, aos quinze anos de idade, vítima de leucemia, tendo sido apresentado desde logo como modelo de santidade e um génio da informática. A sua beatificação foi celebrada em Outubro de 2020, em Assis, sendo considerado pelo Papa como um modelo de «santidade da porta ao lado».

“Não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem através dos mecanismos de consumo e aturdimento”, escreveu Francisco, na Exortação Apostólica pós-sinodal Christus Vivit (Cristo Vive).

O Papa referiu aos jovens e a todo o povo de Deus que Carlo Acutis usou os meios digitais, “as novas técnicas de comunicação”, para “transmitir o Evangelho, para comunicar valores e beleza”, no documento que surgiu depois do Sínodo dos Bispos “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, realizado em Outubro de 2018.

O futuro santo foi um dos patronos da JMJ de Lisboa e os seus restos mortais repousam na cidade italiana de Assis.

Para a canonização exige-se o reconhecimento de outro milagre atribuído à intercessão do Beato; a canonização torna o culto público universal e o declara o novo santo como modelo de santidade para todos os católicos.

Em Portugal foi publicado o livro “Não eu, mas Deus – Biografia espiritual de Carlo Acutis” (2019), no qual o padre Ricardo Figueiredo, do Patriarcado de Lisboa, apresenta a história de vida do jovem, que descobriu quando foram aprovadas as suas virtudes heroicas, em Julho de 2018. «Carlo começa desde pequenino a dar sinais de fé e de amor a Jesus, com várias histórias que se vão contando, das amas, da própria mãe», disse à Agência ECCLESIA.

O Jubileu dos Jovens, que vai decorrer de 28 de Julho a 3 de Agosto de 2025, ficará marcado pela canonização de outro dos patronos da JMJ 2023, Pier Giorgio Frassati, que nasceu em Turim, a 6 de Abril de 1901.

Com 17 anos de idade ingressou na Conferência de São Vicente de Paulo, dedicando a maior parte do seu tempo livre aos doentes e necessitados; viria a falecer a 4 de Julho de 1925, com apenas 24 anos, com poliomielite.

Os anúncios do Papa foram feitos no Dia Internacional dos Direitos da Criança, que se celebrou na quarta-feira, tendo Francisco adiantado que, a 3 de Fevereiro de 2025, o Vaticano vai acolher um encontro mundial sobre esta temática, intitulado “Amemo-las e protejamo-las”, com a participação de especialistas de diversos países.

«Será uma oportunidade para identificar novas formas de proteger melhor as crianças ainda sem direitos, que vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas e sofrem as consequências dramáticas das guerras. Há um grupo de crianças que está a preparar este dia», indicou aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. As crianças do grupo subiram até junto de Francisco, para cumprimentar a multidão.

Em Maio deste ano, o Estádio Olímpico de Roma e a Praça de São Pedro, no Vaticano, acolheram as actividades da 1.ª Jornada Mundial das Crianças, numa iniciativa promovida pelo Papa.

UCRÂNIA

Também durante a audiência semanal, o Papa evocou os mais de mil dias de guerra na Ucrânia, alertando para a ameaça nuclear do conflito com a Rússia.

«Ontem [19 de Novembro] assinalaram-se mil dias desde a invasão da Ucrânia, uma ocasião trágica em termos de vítimas e da destruição que causou, mas ao mesmo tempo uma catástrofe vergonhosa para toda a humanidade», referiu.

Perante a primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, Francisco pediu ajuda para um povo «martirizado».

O Papa convidou todos a «pedir a paz e trabalhar para que as armas dêem lugar ao diálogo e o confronto ao encontro».

A intervenção ficou marcada pela leitura da carta de um jovem universitário da Ucrânia, sobre a experiência de dor e de fé dos mais de mil dias de guerra. “Viver numa cidade onde um míssil mata e fere dezenas de civis, assistir a tantas lágrimas, é difícil. Gostava de ter fugido, gostava de ter voltado a ser uma criança abraçada à minha mãe. Sinceramente, queria estar no silêncio e no amor. Mas agradeço a Deus o facto de, através desta dor, aprender a amar mais”, conta no texto.

In ECCLESIA

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *