No início a Palavra, no final a Paz
O Instituto Português do Oriente (IPOR) realizou, no passado dia 24 de Novembro, o VIII Encontro de Pontos de Rede de Ensino de PLE (Português Língua Estrangeira) na Ásia.
No discurso de abertura dos trabalhos, a directora do IPOR, Patrícia Ribeiro, sublinhou a importância da “Palavra” enquanto instrumento de comunicação e de contacto entre culturas, ou seja, «uma ponte de diálogo entre os diferentes povos».
Um segundo aspecto abordado pela responsável foi o «respeito» e «a promoção da interculturalidade», conceito ou realidade, aliás, bem presente em Macau. Neste âmbito, revelou estarem a ser «estudadas novas formas para captar mais alunos de Português», proporcionando «a divulgação da cultura portuguesa» e, assim, também contribuir para a universalidade da língua de Camões.
Na mesma ocasião, a directora do IPOR apontou duas realidades que considerou incontornáveis: as «migrações» e a «globalização», tendo afirmado que «a ausência de interacção cultural é muitas vezes a razão das guerras». No seu entender, trata-se da ausência do «respeito pelo Outro».
«No princípio era o Verbo (…) a Palavra (…) a Criação», frisou Patrícia Ribeiro, reforçando que a “Palavra” é o primeiro meio de comunicação, dado que o diálogo é vital para a união dos povos. Em nota de redacção, lembremos, pois, os muitos discursos do Papa Francisco, principalmente os dedicados ao Dia Mundial da Paz, em que a defesa da promoção do diálogo entre os povos é incessantemente repetida.
Centrado na interculturalidade, o Encontro organizado pelo IPOR procurou encontrar pontos de contacto entre diferentes realidades sociais e “pontos” de vista, particularmente no que respeita ao ensino da língua e cultura portuguesas, tendo contado com a participação presencial e “online” de vários professores e investigadores radicados em Macau e nos quatro cantos do mundo.
Por meio de um acordo assinado com o Instituto Camões, o Instituto Português do Oriente gere a Rede de Ensino de PLE na Ásia, vindo a contribuir para uma maior presença da língua e cultura portuguesas na China continental e na região asiática.
O Encontro deste ano foi co-organizado pelo Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, e contou com o apoio do Instituto Camões, STDM, SJM, Fundação Oriente, BNU, EDP, Hovione, Quinta da Marmeleira (mais recente associado do IPOR) e CTM.
A lista de empresas envolvidas é, só por si, um bom exemplo da interacção multicultural existente em Macau, uma vez que a maioria resulta de várias décadas de diálogo, parcerias e compromissos firmados entre Portugal e a China, e os seus legítimos representantes.
Como afirmou a professora Rosa Bizarro, docente e investigadora da Universidade Politécnica de Macau e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, na primeira sessão do Encontro, «a política é cultura, a economia é cultura, o desporto é cultura. Tudo é cultura!».
J.M.E.