Mais junto da Diocese e dos jovens.
A Fundação Rui Cunha quer reforçar a colaboração com a Diocese de Macau, ao nível da solidariedade social, e envolver as camadas jovens em várias áreas da cultura, criando sinergias, gerando dinâmicas e fomentando parcerias, revelou a’O CLARIM Cândido do Carmo Azevedo, o novo coordenador para as actividades artísticas, sócio-culturais e filantrópicas daquela instituição sem fins lucrativos.
«Antes de assumir o cargo, houve contactos com a Diocese de Macau para uma parceria na área da filantropia. Queremos reforçar esta vertente.
Estamos a reorganizar a nossa intervenção nesta área, pois queremos promover um voluntariado mais sólido, qualificado, reconhecido e ciente da sua missão, num verdadeiro comprometimento social», disse Cândido Azevedo, garantindo que a instituição não vai perder o foco na difusão do Direito de Macau.
«Estamos também receptivos a criar e a inovar, ou aceitar, projectos de índole cultural que mexam com os adolescentes, procurando que estes se inspirem e se estimulem para a produção de soluções inovadoras que respondam às necessidades sociais», referiu, acrescentando: «queremos interagir com as escolas de música, artísticas e outras, sejam católicas ou não, chinesas ou não, até porque são parceiras importantes neste processo de chamar os mais jovens à cultura».
Quanto ao Dia Internacional da Criança (1 de Junho), avançou que deverá ser assinalado na Galeria da Fundação «de forma nobre e sem fomentar o consumismo». Na forja está também uma exposição com relógios antigos, alguns dos quais com mais de quinhentos anos.
«Para além desta exposição, queremos através de dois ou três “workshops” realçar o aspecto pedagógico da mostra, tais como a importância do tempo ao longo da humanidade, ou o amor, o gosto e o cuidado por antiguidades, e explicar num sentido didáctico o funcionamento dos relógios e a sua evolução através dos tempos», explicou Cândido Azevedo, referindo que o evento «será essencialmente para os mais jovens, sem excluir os mais velhos».
Vasto currículo
Cândido Azevedo nasceu em Damão, no tempo da Índia Portuguesa. Em Macau, chefiou o departamento de recreativo do Instituto do Desporto de Macau e pertenceu a diferentes órgãos consultivos, entre eles o Conselho da Juventude.
Foi responsável por várias iniciativas culturais e desportivas no período anterior a 1999, tais como a Festa Popular e o Encontro de Jogos Tradicionais, inseridos nas comemorações do 10 de Junho; o “Rock Macau”, com bandas de Portugal e de Hong Kong (Xutos & Pontapés, GNR, Rádio Macau, Beyond, etc.); e a realização dos “Jogos sem Fronteiras”, programa televisivo com grande repercussão na Europa, que trouxe a Macau as equipas europeias para uma edição especial.
Foi docente do Instituto Politécnico de Macau e esteve cinco anos destacado em Pequim, onde leccionou na Universidade de Comunicação da China e na Universidade de Pequim. Voltou a Portugal em 2013, após completar 65 anos de idade. Regressou a Macau há cerca de uma semana, após aceitar o convite de Rui Cunha.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA