Propinas, até quando?
O director do Centro de Educação Contínua da Universidade de Macau disse a’O CLARIM que as propinas devem ser abolidas no Ensino Superior. «Penso que as LAG [Linhas de Acção Governativa] já são boas no sector da Educação. Se tiver de sugerir algumas melhorias gostaria que fossem abolidas as propinas para os estudantes universitários», referiu Leung Shing-On, numa reacção ao debate das LAG para os Assuntos Sociais e Cultura, que decorreu nas passadas segunda e terça-feira na Assembleia Legislativa.
«Sei que há alguma preocupação sobre a qualidade da Educação, mas penso que o Governo de Macau poderia numa fase inicial tentar financiar no primeiro ano quatro instituições de Ensino Superior. Tal aconteceria porque essas instituições com financiamento público têm o controlo rigoroso dos seus procedimentos financeiros e também da sua qualidade académica», defendeu, acentuando que «o Governo poderia fazer esta experiência».
No campo cultural, Francisco Lio sugeriu que Macau devia organizar um fórum cinematográfico porque «os filmes reflectem as diferenças e também tudo o que encontramos sobre a diversidade de culturas à volta do mundo».
«Se tivermos mais filmes culturais interessantes de todo o mundo em exibição no território para levar as pessoas ao cinema, ou trazer o cinema até elas, penso que seria uma excelente ideia a organização de um fórum cinematográfico com experientes profissionais a acompanhar os espectadores», acrescentou o vice-director do Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social.
«Com o passar do tempo, havendo mais compreensão entre nós e as diferentes culturas de diferentes nações, será promovida a cultura da paz, do amor, do respeito e da harmonia», reforçou Francisco Lio.
Na área do desporto, o piloto Rodolfo Ávila referiu que, ao longo dos anos, o Governo tem vindo a tentar melhorar a prática desportiva em Macau, mas sem grandes resultados. «Por exemplo, no “meu” desporto automóvel, ao fim de alguns anos a competir ao alto nível, vejo que pouco ou quase nada mudou, a não ser a grandeza do evento que é o Grande Prémio de Macau, porque no que diz respeito aos atletas a progressão tem sido praticamente nula», frisou.
«Macau tem enorme facilidade em organizar eventos desportivos de nomeada, mas os nossos atletas estão pouco preparados e não recebem as necessárias ajudas para progredirem no desporto de competição», analisou Ávila, tendo em conta que a maior parte das instalações desportivas do território são “estatais” e os clubes, ou atletas, estão muito dependentes das políticas governativas.
«No entanto, tenho esperança que o secretário Alexis Tam seja diferente para melhor e que o desporto de competição praticado pelos atletas locais possa, em termos globais, dar um salto qualitativo», vincou o piloto que ocupa o 2º lugar na Taça Porsche Carrera Ásia.
PEDRO DANIEL OLIVEIRA