TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (79)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (79)

O que significa a Igreja ser Una?

Quando recitamos o Credo, professamos a nossa crença na “unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam” (Igreja una, santa, católica e apostólica). O que significam estas características ou marcas?

Quando dizemos que acreditamos em uma Igreja (“credo in unam Ecclesiam”), assumimos que o termo “una” tem dois sentidos: Primeiro, que está unida – possui o dom da unidade; Segundo, que é única, – é a única Igreja que Cristo fundou.

A UNIDADE DA IGREJA

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, no ponto 161, ensina-nos que existem três razões para a unidade da Igreja: “A Igreja é una porque [1] tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; [2] porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; [3] e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo”.

Onde podemos “ver” a Santíssima Trindade? O mesmo ponto do CCIC refere quais os aspectos da Igreja que revelam essa unidade: “A Igreja tem [1] uma só fé, [2] uma só vida sacramental, [3] uma única sucessão apostólica, [4] uma comum esperança e [5] a mesma caridade”.

Na Igreja, encontramos “uma multiplicidade de pessoas e culturas […] uma diversidade de dons, de cargos, de condições e de modos de vida” (Catecismo da Igreja Católica nº 814). Apesar destas diferenças, todos os católicos professam a mesma fé e recebem os mesmos Sacramentos; todos seguem a sua crença desde o tempo dos apóstolos, lutam para obter a felicidade eterna e unir-se no amor.

FERIDAS PARA A UNIDADE

No ponto 817, o Catecismo da Igreja Católica aponta o facto histórico de que “‘nesta Igreja de Deus una e única, já desde os primórdios surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura asperamente como condenáveis. Nos séculos posteriores, porém, surgiram dissensões mais amplas. Importantes comunidades separaram-se da plena comunhão da Igreja Católica, às vezes por culpa dos homens duma e doutra parte’ (II Concílio do Vaticano, Decreto Unitatis redintegratio, 3)”.

O que devemos fazer quando confrontados com alguma divisão na Igreja? A própria Igreja ensina-nos que a unidade pode ser restaurada “mediante a conversão do coração, a oração, o recíproco conhecimento fraterno e o diálogo teológico” (CCIC nº 164).

A SINGULARIDADE DA IGREJA

Jesus Cristo disse a Simão Pedro: «Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e os poderes da morte não prevalecerão contra ela. Eu darei a ti as chaves do Reino dos céus (Mateus 16:18-19)». Ele falou pois de uma única Igreja…

O CCIC (nº 162) explica as palavras de Jesus: “A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro”.

E os cristãos não católicos? “Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja Católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Baptismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos” (CCIC nº 162).

Tal significa que os católicos não devem fazer nada para ajudar os irmãos que se encontram separados da Igreja de Cristo? A plena comunhão com a Igreja Católica deve sempre ser desejada, porque o próprio Senhor pede e reza pela unidade plena. «Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco, as quais devo da mesma maneira trazer; elas ouvirão minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor(João 10:16)».

Pe. José Mario Mandía

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