TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (74)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (74)

Qual a missão do Espírito Santo na História da Salvação?

NO ANTIGO TESTAMENTO– Os versículos iniciais da Bíblia dizem-nos: «No início Deus criou o céu e a terra. A terra não tinha forma e estava vazia, e a escuridão estava sobre a face das profundezas; e o Espírito de Deus movia-se sobre a face das águas. E Deus disse: “Faça-se luz”, e houve luz (Génesis 1:1-2)». Estas palavras revelam-nos que a Santíssima Trindade estava presente no momento da Criação. O “Espírito de Deus” estava presente, e a Palavra de Deus também ali estava.

O Catecismo da Igreja Católica, no ponto 703, refere que “a Palavra de Deus e o seu Espírito estão na origem do ser e da vida de todas as criaturas”. No princípio não foi apenas o Pai a criar. Tanto a Segunda como a Terceira Pessoas estavam com Ele.

Mesmo depois de Adão e Eva terem pecado, o Espírito Santo continuou a acompanhar o povo escolhido «através dos profetas(Hebreus 1:1)». Por profetas “entende-se todos os que foram inspirados pelo Espírito Santo para falar em nome de Deus” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº 140).

NO NOVO TESTAMENTO– Também no ponto 140, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica diz que “o Espírito conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no Novo Testamento”. Isto é, o Espírito está presente na transição do Antigo Testamento para o Novo.

Vemos a Sua acção em João Baptista: “João é «cheio do Espírito Santo já desde o seio materno(Lc., 1, 15)»” (CIC nº 717). “Nele, o Espírito Santo consuma o «falar pelos profetas». João termina o ciclo dos profetas inaugurado por Elias (Mateus 11:13-14). Anuncia como iminente a consolação de Israel; é ele a «voz» do Consolador que vai chegar (João 1:23; Isaías 40:1-3)” (CIC nº 719).

Vemos as Suas acções na Bem-Aventurada Virgem Maria. O CCIC, no ponto 142, explica: “Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a preparação do Antigo Testamento para a vinda de Cristo. De forma única enche-a de graça e torna fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus encarnado. Faz dela a Mãe do ‘Cristo total’, isto é, de Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito inaugura os ‘últimos tempos’ com a manifestação da Igreja”.

Já o CIC, no ponto 721, sublinha: “Maria, a santíssima Mãe de Deus, sempre virgem, é a obra-prima da missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo. Pela primeira vez no desígnio da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a morada na qual o seu Filho e o seu Espírito podem habitar entre os homens. É neste sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes lê, em relação a Maria, os mais belos textos sobre a Sabedoria (Provérbios 8:1-9:6; Eclesiástico 24). Maria é cantada e apresentada na Liturgia como ‘o Trono da Sabedoria’. Nela começam a manifestar-se as ‘maravilhas de Deus’, que o Espírito vai realizar em Cristo e na Igreja”.

Vemo-Lo, assim, a agir na humanidade de Cristo. O CCIC, no ponto nº 143, refere ainda que “o Filho de Deus é consagrado Messias através da unção do Espírito na sua humanidade desde a Encarnação. Ele revela-O no seu ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os Apóstolos depois da Ressurreição”.

Pe. José Mario Mandía

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