TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (38)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (38)

Qual é o Mistério Central da nossa fé?

Antes de tudo, deixem-nos responder à pergunta “o que é um mistério?”. Em Teologia, o termo “mistério” refere-se às verdades que a razão humana não consegue descobrir, a menos que Deus as revele.

“Mistério” é o mesmo que dizer que é algo que não podemos saber? Em termos teológicos, não! Há muitas coisas que as nossas mentes não podem compreender ou saber, pois pertencem ao futuro, são para nós remotas ou foram-nos escondidas.

“Mistério” é algo que não podemos entender ou descortinar? Em termos teológicos, não! Porque não podemos compreender completamente o que apenas entendemos com o nosso raciocínio, isto é, sem a ajuda da fé. Até nos nossos dias não conhecemos exaustivamente as partículas subatómicas, o material genético, o clima do mundo, ou o universo…

Assim sendo, qual é o Mistério Central da nossa fé? É a Santíssima Trindade! Cremos que há um só Deus. Acreditamos que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Mas o Pai não é nem o Filho, nem o Espírito Santo; o Filho não é nem o Pai, nem o Espírito Santo; e o Espírito Santo não é nem o Pai, nem o Filho – cada um Deles exclui mutuamente os Outros. Contudo, há apenas um Deus e não três.

Como exemplo, utilizemos três homens: o José, o João e o Júlio. O José é uma pessoa, o João é uma pessoa e o Júlio é uma pessoa. Com isto, temos três pessoas, três homens. Na Santíssima Trindade há três Pessoas. Mas estas três Pessoas não são três Deuses. Este é o mistério, a verdade, que não somos capazes de conhecer, se Deus não nos disser, se Ele assim não quiser revelar.

Quão importante é este mistério para a nossa fé? O ponto nº 234 do Catolicismo da Igreja Católica ensina-nos: “O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. É o mistério de Deus em si mesmo. E, portanto, a fonte de todos os outros mistérios da fé e a luz que os ilumina. Toda a história da salvação não é senão a história do caminho e dos meios pelos quais o Deus verdadeiro e único, Pai, Filho e Espírito Santo, Se revela, reconcilia consigo e Se une aos homens que se afastam do pecado”.

1– É o centro de todas as verdades da fé. Este mistério é para nós de importância capital, porque diz respeito à vida íntima de Deus.

2– Também é o centro da História da Salvação. Pudemos ver a accão do Pai no Antigo Testamento, do Filho nos Evangelhos, e do Espírito Santo, desde o Pentecostes até aos nossos dias. Além disso, podemos dizer que as três Pessoas da Santíssima Trindade estão envolvidas na salvação e santificação de cada homem e mulher.

Sobre o envolvimento da Santíssima Trindade na nossa salvação e santificação, podemos recorrer a uma analogia. A nossa vinda para fazermos parte dos habitantes do paraíso de Deus é como um grande projecto: sermos transformados de pecadores em santos – o projecto mais ambicioso alguma vez lançado em toda a História da Humanidade. E neste projecto cada pessoa tem um papel a desempenhar.

Todos os projectos necessitam de um plano – O Pai, que «arranjou tudo com conta peso e medida(Sabedoria 11:20)» é quem tem o esboço do plano.

Todos os projectos necessitam de financiamento – Jesus Cristo pagou a maior parte dos custos com a Sua própria vida, ainda que os planos do Pai necessitem da nossa pequena contribuição: «Com a minha carne eu completei o que faltava nas aflições de Cristo por causa do Seu corpo, isto é, a Igreja(Colossenses 1:24)».

Todos os projectos também necessitam de um modelo do qual se possa padronizar o resultado – Jesus Cristo também desempenhou esse papel – Ele é o modelo vivo de como um verdadeiro Filho de Deus, um santo, deve ser. E, nós, queremos ser santos? Meditemos sobre a vida de Cristo. Imitemo-lo. Jesus disse: «aprendam comigo(Mateus, 11:29)».

Todos os projectos necessitam de quem os execute – É aqui que o Espírito Santo aparece. Ele trabalha a nossa alma para a moldar, fundir e dar-nos forma de acordo com a imagem de Cristo Cruxificado. «Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus (Romanos 8:14)».

Pe. José Mario Mandía

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