Como honramos o nome do Senhor e observamos o Dia do Senhor?
O Segundo e Terceiro Mandamentos derivam do Primeiro. O Segundo obriga-nos a respeitar e honrar o nome de Deus. “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” (cf. Êxodo 20, 7; Deuteronómio 5, 11).
Como honramos o nome de Deus? “Invocando, bendizendo, louvando e glorificando o santo Nome de Deus. Deve, pois, ser evitado o abuso de invocar o Nome de Deus para justificar um crime, e ainda todo o uso inconveniente do seu Nome, como a blasfémia, que por sua natureza é um pecado grave, as imprecações e a infidelidade às promessas feitas em Nome de Deus” (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica nº 447).
Fazer um juramento ou jurar atenta contra este Mandamento? Segundo o ponto 2150 do Catecismo da Igreja Católica, “o segundo mandamento proíbe jurar falso. Fazer um juramento, ou jurar, é tomar a Deus como testemunha do que se afirma. É invocar a veracidade divina como garantia da própria veracidade. O juramento compromete o nome do Senhor. «Ao Senhor, teu Deus, adorarás, a Ele servirás e pelo seu nome jurarás» (Dt., 6, 13)”. Fazer um juramento não vai contra este Mandamento. Em si é algo bom e sagrado. Obviamente que não é bom usar o nome de Deus para assuntos triviais porque tal implica desrespeito.
Já o Segundo Mandamento proíbe os falsos juramentos. “Porque, assim, se chama a Deus, que é a própria Verdade, como testemunha da mentira. ‘Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, senão com verdade, por necessidade e com reverência’ (São Inácio de Loyola)” (CCIC nº 448).
Também proíbe o perjúrio. E o que é o perjúrio? “É fazer, sob juramento, uma promessa com intenção de a não manter ou de violar a promessa feita sob juramento. É um pecado grave contra Deus, que é sempre fiel às suas promessas” (CCIC nº 449).
O Terceiro Mandamento especifica a maneira como adoramos a Deus. “Lembra-te do dia de Sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra; mas o sétimo dia é o Sábado do Senhor, teu Deus; nele não farás nenhum trabalho” (Êxodo 20, 8-10; cf. Deuteronómio 5, 12-15). O Senhor «abençoou o dia de Sábado e o declarou sagrado» (Ex.,20, 11). E porquê: “Porque o dia de Sábado recorda orepouso de Deusno sétimo dia da criação e também a libertação de Israel da escravidão do Egipto e a Aliança que Deus estabeleceu com o povo” (CCIC nº 450).
Este “descanso” não significa nada fazer. Significa parar diante da obra da criação e contemplá-la. O descanso dominical convida-nos a relembrar o que Deus fez por nós na semana que passou, para que possamos agradecer-lhe e louvá-lo. «Porquanto tu me alegras a alma, com os teus feitos; as obras das tuas mãos motivam-me a cantar jubiloso. Quão maravilhosas são as tuas obras, ó Eterno, e insondáveis os teus desígnios!… “Pois tu, Senhor, me alegraste com as tuas obras; nas obras das tuas mãos eu canto de alegria. Quão grandiosas são as tuas obras, ó Senhor!”» (Salmo 92, 4-5).
Para os cristãos, o Sábado foi adiado para Domingo. «Ao raiar do primeiro dia da semana, elas caminharam até o sepulcro» (Marcos 16, 2).
Ora, a razão é “porque o Domingo é o dia da ressurreição de Cristo. Como «primeiro dia da semana» (Mc., 16, 2) ele evoca a primeira criação; como «oitavo dia», que segue o Sábado, significa a nova criação, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim para os cristãos o primeiro de todos os dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual Ele, com a sua Páscoa, leva à realização a verdade espiritual do Sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus” (CCIC nº 452).
Assim sendo, como devemos santificar o Domingo? “Os cristãos santificam o Domingo e as festas de preceito participando na Eucaristia do Senhor e abstendo-se também das actividades que o impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso da mente e do corpo. São permitidas as actividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do Domingo, à vida de família e à saúde” (CCIC nº 453).
É importante reconhecer civilmente o Domingo como dia festivo? Sim, “para que todos possam gozar de repouso suficiente e de tempo livre, que lhes permitam cuidar da vida religiosa, familiar, cultural e social; para dispor de tempo propício à meditação, reflexão, silêncio e estudo; e para fazer boas obras, servir os doentes e os anciãos” (CCIC nº 454).
Pe. José Mario Mandía