TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (171)

TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (171)

Que factores podem diminuir ou melhorar a liberdade?

FACTORES QUE PREJUDICAM A LIBERDADE –O Catecismo da Igreja Católica enuncia, no ponto 1735, o que pode viciar a liberdade em relação a um determinado acto, como apegos e outros factores psicológicos ou sociais: “A imputabilidade e responsabilidade dum acto podem ser diminuídas, e até anuladas, pela ignorância, a inadvertência, a violência, o medo, os hábitos, as afeições desordenadas e outros factores psíquicos ou sociais”.

Os referidos factores podem afectar o nosso julgamento (um acto do intelecto) sobre a bondade ou maldade de um acto. É o caso da ignorância, da inadvertência e de factores psicológicos ou sociais. Ou diminuem o voluntarismo (referente à vontade) do acto, em resultado de coacção, medo, hábitos, apegos desordenados e outros factores psicológicos ou sociais.

Se um pensamento, palavra, acção ou omissão, são exercidos com plena consciência, sendo directamente e totalmente desejados (em outras palavras, em que a decisão é totalmente minha), então a pessoa que o fez merece totalmente o elogio ou a culpa correspondente a tais actos.

O ponto 1736 do Catecismo da Igreja Católica refere: “Todo o acto directamente querido é imputável ao seu autor. Assim, depois do pecado no paraíso, o Senhor pergunta a Adão: «Que fizeste? (Gn., 3, 13)». O mesmo faz a Caim (Gn., 4, 10). Assim também o profeta Natan ao rei David, após o adultério com a mulher de Urias e o assassinato deste (2 Sam., 12, 7-15). Uma acção pode ser indirectamente voluntária, quando resulta duma negligência relativa ao que se deveria ter conhecido ou feito, por exemplo, um acidente de trânsito, provocado por ignorância do código da estrada”.

E quanto ao que não desejamos directamente? O Catecismo da Igreja Católica também responde, no ponto 1737: “Um efeito pode ser tolerado, sem ter sido querido pelo agente, por exemplo, o esgotamento duma mãe à cabeceira do seu filho doente. O efeito mau não é imputável se não tiver sido querido nem como fim nem como meio do acto, como a morte sofrida quando se levava socorro a uma pessoa em perigo. Para que o efeito mau seja imputável, é necessário que seja previsível e que aquele que age tenha a possibilidade de o evitar como, por exemplo, no caso dum homicídio cometido por um condutor em estado de embriaguez”.

A GRAÇA AUMENTA A LIBERDADE –Parece que a graça diminui a liberdade porque é exterior a nós, como se viesse de fora. São Paulo, na Segunda Carta aos Coríntios (3,17), afirma: «O Senhor é o Espírito; e onde quer que o Espírito esteja, ali há liberdade».

Como tal se processa? A graça de Deus opera em nós, não como uma espécie de força ou inspiração exterior mas como uma luz que ilumina o nosso intelecto; é um poder que fortalece a nossa vontade. É assim que a graça funciona. A obra de santificação é um “trabalho interno”! São Paulo falou sobre a «incomparável grandeza do seu poder para connosco, os que cremos, conforme a actuação da sua portentosa força (Efésios 1:19)».

O Nosso Deus Pai mais amoroso não quer escravos; Ele quer que os Seus filhos sejam livres. Vejamos as seguintes passagens bíblicas:

«Caros irmãos, fostes chamados para a liberdade. Todavia, não useis da liberdade como desculpa para vos franquear à carne; antes, sede servos uns dos outros mediante o amor (Gálatas 5:13)».

«Considerando que sois livres, não useis a liberdade como pretexto para fazer o que é mal, mas vivei como servos de Deus (1 Pedro 2:16)». Por outro lado, a Sagrada Escritura determina sobre aqueles que se rebelam contra Deus: «Prometem-lhes total liberdade, porém eles próprios são escravos da corrupção; porquanto, toda pessoa se torna servo daquele por quem é vencido(2 Pedro 2:19)».

Pe. José Mario Mandía

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