TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ (153)

Qual a função dos Padres?

Dois dos sete Sacramentos são chamados Sacramentos ao serviço da comunidade e da missão: as Ordens Sagradas e o Matrimónio. O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) explica no ponto nº 321: “Dois sacramentos, a Ordem e o Matrimónio, conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus. Eles contribuem em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros”.

Falemos sobre as Ordens Sagradas.

SACERDÓCIO COMUM E SACERDÓCIO MINISTERIAL –Já vimos antes que Jesus Cristo é Sacerdote, Profeta e Rei (de acordo com TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, 64), e que todos os baptizados partilham essa missão (de acordo com TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, 65, 84 e 89). Como o Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina no ponto 1591, “a Igreja é, na sua totalidade, um povo sacerdotal. Graças ao Baptismo, todos os fiéis participam no sacerdócio de Cristo. Esta participação chama-se ‘sacerdócio comum dos fiéis’. Na base deste sacerdócio e ao seu serviço, existe uma outra participação na missão de Cristo: a do ministério conferido pelo sacramento da Ordem, cuja missão é servir em nome e na pessoa de Cristo-Cabeça no meio da comunidade”.

Por sua vez, o CCIC acrescenta no ponto 336: “Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e agem não por autoridade própria, e nem sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto o sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o serviço do qual Cristo o instituiu” (ver TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, 88).

POR QUE RAZÃO SÃO DENOMINADAS DE ORDENS SAGRADAS? –O CCIC responde no ponto 323: “Ordem indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus”.

SÃO OS PADRES REALMENTE NECESSÁRIOS? –No ponto 324, o CCIC lembra-nos o que dizem as Sagradas Escrituras: “Na Antiga Aliança, este sacramento é prefigurado no serviço dos Levitas, no sacerdócio de Aarão e na instituição dos setenta ‘Anciãos’ (Num., 11,25). Estas prefigurações encontraram realização em Cristo Jesus, o qual, com o sacrifício da sua cruz, é o único (…) mediador entre Deus e os homens (1 Tim., 2,5), o Sumo-sacerdote à maneira de Melquisedec (Heb., 5,10). O único sacerdócio de Cristo é tornado presente pelo sacerdócio ministerial (São Tomás de Aquino)”.

Precisamos, pois, de padres, porque nós – pecadores – precisamos de mediadores que ajam em nome e com a força do único Mediador e Redentor, que é Cristo.

HÁ DIFERENTES NÍVEIS OU GRADUAÇÕES NAS ORDENS SAGRADAS? –De novo, encontramos a resposta no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, desta vez no ponto 325: “Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado [bispos], o presbiterado [padres] e o diaconado [diáconos]”. Estes três graus constituem a hierarquia da Igreja (de acordo com TEOLOGIA, UMA DENTADA DE CADA VEZ, 85). Esta hierarquia, a autoridade visível da Igreja, foi estabelecida pelo próprio Jesus Cristo: “Cristo instituiu a hierarquia eclesiástica com a missão de apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade” (CCIC nº 179). A hierarquia é uma vontade de Deus. Faz parte do plano de Deus.

Pe. José Mario Mandía