Uma vida feliz!
“A vida boa não é algo de genérico, fabricado em série, mas só existe por medida. Cada um precisa de a ir inventando de acordo com a sua individualidade, única, irrepetível… e frágil. No que se refere ao bem viver, a sabedoria ou exemplo dos demais podem ajudar-nos, mas não substituir-nos”.
Fernando Savater, “Ética para Um Jovem”
Tudo o que fazemos na nossa vida tem sempre um sentido, um objectivo, é porque queremos atingir determinado fim. Há sempre um motivo por detrás das nossas opções, decisões e acções.
A intenção pode não estar explícita, pode permanecer oculta no nosso subconsciente, mas está presente em nós e manifesta-se através do mais pequeno gesto, expressão ou atitude.
No ser humano tudo reflecte a sua inteligência, pensamento e vontade. Já não obedecemos aos instintos, como os animais, mas sim à nossa capacidade de decisão que define e orienta todas as opções que, livremente e dentro do contexto em que estamos inseridos, nos permitem exercer a faculdade do livre-arbítrio, de poder escolher sabendo o que de melhor convém à nossa dignidade.
O homem é o único ser capaz de fazer perguntas e de procurar as respostas. Os outros seres, estão submetidos a leis e fenómenos, não têm a capacidade de se perguntar a si próprios o que são, nem qual é o motivo da sua existência.
Acredito que não somos um verso solto, mas fazemos parte dum poema divino, onde todas as circunstâncias da nossa vida se vão entrelaçando como uma fina malha de tapeçaria, com nuances, formas, cores e feitios tão diferentes quanto complementares, em função do Todo a que pertencemos.
O sentido da vida humana será o plano transcendente para o qual fomos escolhidos e cuja missão nos compete ajudar a realizar e concluir aderindo solicitamente com a nossa liberdade, que é tanto maior e superior quanto mais se eleva na completude do nosso ser.
A essência da vida não será a busca de prazer como acreditava Freud, nem do poder como defendia Adler, mas sim a busca de um sentido como refere Viktor Frankl: “Não devemos procurar um sentido abstracto da vida. Cada um tem a sua vocação e missão específica na vida, para levar a cabo uma tarefa concreta que requer ser concretizada. E nesse contexto não pode ser substituído, nem a sua vida pode ser repetida por outro. (…) Em última instância, o Homem não deveria perguntar qual é o sentido da vida, mas antes reconhecer que é ele quem se vê interpelado. Numa palavra, cada pessoa é questionada pela vida; e à vida cada um pode apenas responder sendo responsável”. (In “O Homem em Busca de um Sentido”)
SUSANA MEXIA
Professora