Rosas para a Mãezinha – I

O Grande Poder das Pequenas Contas

O padre Hubert Schiffer tinha acabado de se sentar para tomar o pequeno-almoço, depois da Missa. Enquanto cortava e enfiava a sua colher numa toranja, houve um clarão de luz cegante. Ele sentiu uma força que «me atirou ao ar, fez-me estremecer, agrediu-me, fez-me rodopiar várias vezes como uma folha, num golpe de vento de Outono».

Num instante, pelo menos oitenta mil pessoas foram pulverizadas pela lancinante explosão. Estava-se a 6 de Agosto de 1945, Festa da Transfiguração de Nosso Senhor, em Hiroshima. A bomba atómica largada pelo avião “Enola Gay” tinha pulverizado completamente a cidade.

No entanto, o padre Schiffer e outras três pessoas que viviam a apenas oito quarteirões do epicentro da explosão sobreviveram ao cataclismo. E nenhum deles sofreu dos efeitos posteriores das radiações a longo termo.

O padre Schiffer relatou este acontecimento no Congresso Eucarístico de Filadélfia em 1976. Ele, as outras três pessoas que viviam com ele, e ainda outras quatro pessoas que viviam no seminário nos arredores de Hiroshima ainda estavam vivos, 31 anos depois.

Os cientistas e investigadores examinaram e entrevistaram, repetidamente, os sobreviventes. O padre Schiffer afirmou que apenas ele fora entrevistado duzentas vezes. Ninguém conseguiu explicar como é que eles conseguiram sobreviver.

A única explicação foi adiantada pelo próprio padre Schiffer: «Acreditamos que sobrevivemos porque estávamos a viver a Mensagem de Fátima. Nós vivíamos e rezávamos diariamente o Rosário, em casa», disse, salientando que «naquela casa o Rosário era recitado em conjunto todos os dias». O padre Schiffer faleceu a 27 de Março de 1982 – 37 anos depois da explosão da bomba nuclear.

Uma outra bomba nuclear também foi largada sobre Nagasaki, a 9 de Agosto de 1945. E aconteceu um fenómeno em tudo semelhante. O Mosteiro Franciscano estabelecido por São Maximiliano Kolbe (conhecido como o “Apóstolo da Consagração de Maria”) também não foi afectado pela bomba, também porque estava parcialmente protegida por uma colina. Neste mosteiro os Irmãos recitavam diariamente o Rosário, juntos.

Quem quiser poderá verificar na Internet outros favores espectaculares concedidos através do Rosário em diferentes países: na Batalha de Muret (1213), Batalha de Lepanto (1571), La Rochelle, França (1627), Batalha de Viena, Áustria (1683), Peterwardein, Hungria (1716), Batalha de Nova Orleães (1815), Áustria (1955), Brasil (1964), Portugal (1975).

E de onde vem esse poder da Mãe de Deus para interceder a nosso favor?

Retrocedamos até ao tempo do Antigo Testamento que nos fala da figura da Gebirah. E o que é isso de Gebirah? Michael Hunt explica-nos que eram rainhas que foram mães de reis na descendência do Rei David (senhores do Reino do Sul de Judá). Hunt diz: «A palavra hebraica Gebirah aparece quinze vezes no Antigo Testamento e pode ser traduzida por “Rainha Mãe”, ou, “Grande Dama” (cf Génesis 16:4,8,9; 1 Reis 11:19 – termo usado para definir a Rainha Mãe do Egipto; 15:13; 2 Reis 5:3; 10:13; 2 Crónicas 15:16; Salmo 123:2; Provérbios 30:23; Isaías 24:2; 47:5, 7; Jeremias 13:18; 29:2)».

A estatuto dignitário da Rainha Mãe pode ser verificado nesta passagem de “Reis 2:19”: «Assim Bathsheba foi ver o Rei Salomão, para falar com ele sobre Adonijah; o rei levantou-se e foi ao seu encontro, e curvou-se perante ela; só então voltou a sentar-se no seu trono; um assento foi trazido para a mãe do rei, e ela sentou-se à sua direita». O rei curvou-se perante a sua mãe!

Além deste facto, Hunt realça: «É significativo que todas as mães das gerações de um Rei Davídico sejam referidas juntamente com o seu filho nas Sagradas Escrituras. Que o nome de cada uma das Rainhas Mães Davídicas seja citado na introdução de cada reino dos Reis Davídicos de Judá (i.e. 1 Reis 14:21; 15:9-10; 22:42; 2 Reis 12:2; 14:2; 15:2; 15:33; 18:2; 21:2; 21:19; 22:1; 23:31; 23:36; 24:8; 24:18)». Esse facto demonstra quão importantes elas eram!

Maria é a Gebirah do Novo Testamento. Não é, pois, de admirar que a intercessão da “Maria, Mãe de Deus” seja uma força a ter em conta. Tenham cuidado com o que lhe pedem.

José Mario Mandía

jmom.honlam.org

(Tradução: António R. Martins)

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