Paróquia da Sé quer ir ao encontro dos mais vulneráveis
O processo desencadeado pelo Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade propiciou um maior envolvimento dos fiéis na vida da Igreja em Macau. O veredicto é do padre Daniel Ribeiro, que quer dotar a acção pastoral que desenvolve na paróquia da Sé de uma faceta mais social.
A equipa responsável pela pastoral da comunidade de língua portuguesa da paróquia da Sé quer desenvolver actividades com uma faceta mais social já a partir do próximo semestre e, se necessário for, partir ao encontro daqueles que se sentem mais abandonados.
O programa de acção é traçado pelo padre Daniel Ribeiro, SCJ. O vigário paroquial da Sé Catedral para a comunidade de língua portuguesa faz um balanço positivo dos momentos mensais de espiritualidade e convivência que tem vindo a promover desde o início do ano, mas admite que fazem falta actividades com uma natureza vincadamente mais social. O sacerdote esteve a 14 de Junho reunido, pela quinta vez, com um grupo de paroquianos, num encontro que desta feita serviu para analisar a forma como a Bíblia foi compilada. «Os encontros têm uma componente de catequese. Já meditámos sobre os Apóstolos, sobre a organização da Igreja e neste encontro mais recente abordámos a forma como a Bíblia está constituída. Estes encontros englobam um momento de catequese, momentos de convivência e de partilha, e há sempre um momento de perguntas. Eles podem perguntar o que quiserem sobre a Igreja. Da última vez estiveram presentes cerca de doze idosos. É um grupo relativamente estável», explicou o padre Daniel.
O projecto, que teve por origem o processo de auscultação dos fiéis conduzido por recomendação do Sínodo dos Bispos sobre a Sinodalidade, tem tido uma natureza eminentemente formativa, mas pode transformar-se em algo mais abrangente já a partir do próximo semestre, adiantou o sacerdote: «Apesar de se tratar de uma resposta da comunidade, ainda não houve nenhuma actividade pessoal, nenhum vínculo pessoal que tenha resultado destas formações. Esse é um dos objectivos que temos: visitar os idosos que têm mais necessidades, que são mais vulneráveis, que não podem participar nestes encontros. Para o próximo semestre, temos o objectivo de fazer com que este grupo se torne um pouco mais social».
Segundo o padre Daniel, o processo de auscultação sinodal recomendado pela Cúria Romana contribuiu para um maior envolvimento da comunidade na vida da Igreja. O missionário da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus conta com a comunidade para dotar a acção pastoral de uma faceta mais social. «Temos um conselho paroquial que ajuda a tomar as decisões. É formado por pessoas que sabem o que está a acontecer na sociedade e na comunidade. Participam com decisões, com a sua opinião, e foi deste processo que nasceu este grupo de idosos com que me reúno mensalmente», esclareceu. «Um dos próximos passos é termos também actividades e um vínculo mais social, principalmente com aqueles que sofrem, com aqueles que se sentem mais abandonados. É um dos próximos passos para a comunidades portuguesa e algo que queremos fazer, se Deus quiser, no próximo semestre», concluiu o padre Daniel.
Marco Carvalho