Missionário da Misericórdia
O director da Sala de Imprensa da Santa Sé revelou que o Papa Francisco está a preparar a décima viagem apostólica, onde vai visitar Cuba e os Estados Unidos, entre 19 e 27 de Setembro.
O padre Federico Lombardi explicou que o Papa está a escrever os discursos para a próxima viagem pastoral à ilha de Cuba e aos Estados Unidos que inclui encontros com os Presidentes dos dois países, celebrações e encontros, e por exemplo uma oração no “ground zero” em Nova Iorque.
Nos Estados Unidos destaca-se do programa um discurso na Casa Branca a 23 de Setembro, uma intervenção às duas Câmaras do Congresso norte-americano, no dia seguinte, e na ONU, a 25.
Francisco a partir do dia 26 ruma para Filadélfia onde entre outros compromissos participa no VIII Encontro Mundial das Famílias.
Em entrevista à TV2000, propriedade da Conferência Episcopal Italiana, o sacerdote jesuíta assinalou que estes compromissos pedem uma «preparação não indiferente» e assinalou que o Papa vai passar as férias de Verão na casa onde reside, em Santa Marta, onde «estuda, lê, responde a cartas» e dedica-se aos próximos compromissos.
Neste momento as tradicionais audiências públicas de quarta-feira, no Vaticano, estão suspensas e regressam a 5 de Agosto, na sala Paulo VI; a eucaristia matinal que o Papa preside da Capela da Casa de Santa Marta recomeça em Setembro.
BISPOS CUBANOS MANIFESTAM ALEGRIA
O Gramma, órgão oficial do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, divulgou o documento da Conferência Episcopal Cubana sobre a visita do Papa ao país das Caraíbas.
Na edição digital do Gramma, os bispos cubanos manifestam alegria por receber Francisco, o terceiro Papa a visitar o País nos últimos 17 anos.
No documento, o episcopado recorda a visita do “Mensageiro da Verdade e da Esperança”, João Paulo II em 1998, e do “Peregrino da Caridade”, Bento XVI em 2012, e aguardam agora o “Missionário da Misericórdia”.
«A misericórdia não é outra coisa senão “lançar o nosso coração” aos outros, não uma pedra ou um insulto. A misericórdia é também “colocar o coração na pobreza”. E há tanta pobreza ao nosso redor. Às vezes parece que vivemos num mundo sem coração», afirmam os bispos cubanos.
No documento, o episcopado recorda a «mediação» do Papa Francisco no restabelecimento das relações diplomáticas e económicas entre os Estados Unidos e Cuba, inexistentes desde 1961, pouco depois da chegada ao poder de Fidel Castro, até ao dia 17 de Dezembro de 2014, o que trouxe «ares de esperança».
«O Santo Padre quer mostrar a sua proximidade num momento em que, graças também à sua mediação, se respiram ares de esperança na nossa vida nacional pelas novas possibilidades de diálogo que estão a acontecer entre os Estados Unidos e Cuba», afirmam os bispos cubanos.
«É muito e importante o que tem ele feito, como Pastor Universal da Igreja, na procura da reconciliação e da paz entre todos os povos da terra», afirma o documento onde se manifesta a «grande alegria» por receber o Papa Francisco.
Premonição de JOÃO PAULO II
O secretário da Comissão Pontifícia para a América Latina (CAL) considera que existe um «importante fio condutor» da recente viagem do Papa Francisco à América Latina com a de Cuba e Estados Unidos, e destacou primeiro o objectivo da acção pastoral.
«O Papa Francisco realizará uma viagem pastoral, sob o signo da solidariedade com o povo cubano, valorizando tudo o que aquela Igreja fez e viveu durante decénios de dificuldades, confirmando-a e encorajando-a na fé em sua missão evangelizadora», disse Gusmán Carriquiry, leigo uruguaio que foi nomeado pelo Papa emérito Bento XVI.
Na entrevista à agência de notícias SIR, da Conferência Episcopal Italiana, comentou que «todos» esperam esta viagem com «particular atenção» uma vez que o restabelecimento das relações bilaterais entre Cuba e os Estados Unidos «implica a possibilidade de relançar, em novas condições, acções de solidariedade respeitosa e positiva com os países latino-americanos».
O secretário da CAL considera que está a realizar-se de forma «surpreendente» o que São João Paulo II disse: «O mundo deve-se abrir a Cuba e Cuba ao mundo».
«Hoje, somos muito agradecidos pelas palavras proféticas do Papa Wojtyla, que oferece boas perspectivas para a viagem apostólica de Francisco, que percorrerá o mesmo trajecto dos seus predecessores, numa situação histórica, favorável e interpeladora», desenvolveu Gusmán Carriquiry.
In ECCLESIA