PADRE RONALD BASCO

PADRE RONALD BASCO, SCJ, COORDENADOR DA KASANAG DAUGHTERS FOUNDATION (FILIPINAS)

«Estas menores precisam muito de se reconciliar consigo mesmas»

O CLARIM entrevistou o padre Ronald Basco, SCJ, natural da cidade de Tagum, em Davao del Norte, província da grande ilha de Mindanau, no Sul das Filipinas. É jovem formador na Sacred Heart Formation House of Cagayan de Oro, também em Mindanau, e coordenar da Fundação das Irmãs Kasanag.

O CLARIM– O que é a Kasanag Daughters Foundation?

PE. RONALD BASCO –A KDF é uma instituição que ajuda meninas abusadas sexualmente. Fornecemos-lhes tudo o que as ajude a suprir as suas necessidades, não apenas abrigo e formação escolar, mas também apoio nos seus assuntos legais – ajudamo-las a processar os seus agressores, por exemplo. Também oferecemos acompanhamento psicológico.

CL– Onde as situações de abuso acontecem normalmente?

P.R.B. –A maioria das meninas são vítimas de incesto. O abuso acontece dentro da própria família, seja pelo pai ou padrasto, pelos irmãos, tios e até avôs. Algumas foram abusadas pelos vizinhos.

CL– Quanto tempo podem elas ficar ao abrigo da Fundação?

P.R.B. –Tentamos atender às suas necessidades por um período máximo de quatro anos, mas se não houver segurança para a menor voltar para casa, estendemos por mais um ano. Caso após cinco anos continue a não ser favorável a sua ida para a família biológica, procuramos pais adoptivos até que possa ser independente.

CL– Por que os Sacerdotes do Coração de Jesus realizam este tipo de serviço?

P.R.B. –O abuso de menores é desenfreado aqui nas Filipinas. As Casas de Assistência Social do Governo para meninas abusadas apenas lhes dão abrigo por um período limitado de seis meses; depois são enviadas de volta para a casa de família. Os Sacerdotes do Coração de Jesus tentam proporcionar-lhes um tempo de segurança e cura. O nosso carisma é ser “Profetas do amor e servidores da reconciliação”. Estas menores precisam muito se reconciliar consigo mesmas, de curarem os seus traumas e se integrarem de novo na sociedade.

CL– Qual é a sua experiência pessoal neste serviço tão especial?

P.R.B. –Sou muito novo neste ministério e vejo a luta travada pelas meninas, funcionários, assistentes sociais, mães de família e conselheiras. Nunca esperei ser designado para este tipo de ministério, mas estou disposto a aprender a ser útil para a sua recuperação. Neste momento estamos a cuidar de doze meninas, todas de Mindanau. Duas delas deveriam ser colocadas em famílias adoptivas, mas é difícil encontrar pessoas qualificadas e dispostas a acolhê-las nas suas casas.

Pe. Eduardo Emilio Agüero, SCJ

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *