BAZAR DE SOLIDARIEDADE DA CÁRITAS FICOU AQUÉM DAS EXPECTATIVAS
O Bazar de Solidariedade da Cáritas atraiu este ano menos expositores e menos visitantes, e o montante angariado pela iniciativa ficou também aquém do habitual noutros anos. Paul Pun espera um ano difícil em 2021, mas assegura que os serviços prestados pela organização aos residentes de Macau não serão afectados.
Desde o início da pandemia, no final de Janeiro, a Cáritas já investiu mais de duzentas mil patacas no apoio a trabalhadores não-residentes que perderam o emprego e se encontram em situação de grande fragilidade económica. Ao todo, a organização liderada por Paul Pun já socorreu mais de seis centenas de pessoas, às quais fez chegar pequenas quantias de dinheiro e bens essenciais como arroz, óleo alimentar, massa, enlatados, fraldas ou leite em pó.
Apesar do contexto de crise e de incerteza, o apoio aos trabalhadores migrantes que enfrentam o espectro da insegurança alimentar é uma das prioridades actuais da Cáritas. A outra, explicou Paul Pun em declarações a’O CLARIM, passa por continuar a garantir os serviços prestados pela organização aos residentes do território em situação mais vulnerável. «Neste momento, o grande desafio passa por manter os serviços que prestamos, uma vez que não temos capacidade para acrescentar novos recursos. Temos de fazer uso daquilo que temos para manter estes serviços em funcionamento. A prioridade passa por arranjar financiamento para os serviços direccionados aos residentes de Macau e por angariar comida e bens essenciais para os não-residentes», assumiu o secretário-geral da Cáritas. «Estas são as duas áreas para as quais temos de encontrar recursos. Os principais serviços que garantimos aos residentes locais estão focados nos idosos, nas pessoas com deficiência e nas famílias monoparentais. Precisamos de encontrar financiamento para os ajudar», admitiu.
Entretanto, o Centro Náutico da Praia Grande recebeu no último fim-de-semana a 51.aedição do Bazar de Solidariedade da Cáritas, iniciativa que tem uma importância central para a organização no que à angariação de apoios financeiros diz respeito. Este ano, o certame ficou impreterivelmente marcado pelos efeitos da pandemia do Covid-19. O impacto da crise de saúde pública reflectiu-se numa quebra do número de expositores e de visitantes, mas também na disponibilidade para ajudar. «Este ano recebemos cerca de quarenta mil visitantes. No ano passado, foram cerca de cinquenta mil. Este ano, por causa da pandemia, tivemos de reduzir o número de expositores para cerca de 85», referiu o dirigente. «O mais certo é que tenhamos que enfrentar muitas dificuldades para promover os nossos serviços no próximo ano. Essas dificuldades devem-se não só ao facto de o Governo ter reduzido o orçamento, mas também porque a capacidade de muitas das pessoas que sempre nos ajudaram é menos robusta do que era no ano passado. Muitos continuaram a mostrar-se dispostos a ajudar, mas deram menos do que costumavam dar», notou Paul Pun.
O responsável não revelou o valor angariado com o 51.oBazar de Solidariedade, mas reconheceu que ficou aquém do montante obtido em outras edições.
Marco Carvalho