O Prémio Sakharov e o Papa

O Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, baptizado assim em honra do dissidente e cientista soviético Andrei Sakharov, foi estabelecido em Dezembro de 1985 pelo Parlamento Europeu como meio para homenagear pessoas ou organizações que dedicaram as suas vidas ou acções à defesa dos Direitos Humanos e à liberdade.

O Prémio Sakharov é concedido anualmente e entregue em 10 de Dezembro, o dia em que se assinou a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas.

Os candidatos são nomeados pelos eurodeputados e pelos grupos políticos do Parlamento Europeu. Da lista de candidatos, a comissão de Assuntos Externos selecciona três “finalistas”. Os presidentes dos grupos políticos (a Conferência de Presidentes) posteriormente seleccionam um ou mais galardoados. O prémio é formalmente entregue pelo presidente do Parlamento Europeu durante a sessão plenária de Dezembro. O galardoado recebe um certificado e um cheque de 50 mil euros.

E agora a pergunta que se impõe: Qual a razão “objectiva” que faz com que o referido Prémio nunca fosse atribuído ao Papa Francisco?

Uma razão, que não quero que seja acintosa, parece-me que o Parlamento Europeu não conhece minimamente a biografia de Jorge Bergoglio, argentino que veio a ser eleito Papa com o nome de Francisco.

Conhecem os parlamentares o livro “Papa Francisco – Conversas com Jorge Bergoglio”, escrito por Francesca Ambrogetti e Sérgio Rubin; ou “Sobre o Céu e a Terra”, de Jorge Bergoglio e Abraham Skorda; ou “Francisco – O Papa de todos nós”, de Andrea Tornielli (primeira biografia do novo Papa)?

Talvez se conhecessem e tivessem recta intenção na escolha, isto é, sem preconceitos fanáticos, o Prémio Sakharov já lhe tivesse sido atribuído.

Esperemos pois que se tente colmatar num futuro próximo.

Maria Fernanda Barroca

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