56.º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

NO ÂMBITO DO 56.º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Papa alerta para “infodemia” que desvaloriza papel da Imprensa

O Papa alerta, na mensagem deste ano por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais, para uma “infodemia” que desvaloriza o papel da Imprensa, apelando à valorização da “escuta”, que adiciona “credibilidade e seriedade” à informação. A data é celebrada este Domingo, 29 de Maio, pela Igreja Católica em todo o mundo.

“A capacidade de escutar a sociedade é ainda mais preciosa neste tempo ferido pela longa pandemia. A grande desconfiança, que anteriormente se foi acumulando relativamente à ‘informação oficial’, causou também uma espécie de ‘infodemia’ dentro da qual é cada vez mais difícil tornar credível e transparente o mundo da informação”, refere na mensagem, divulgada pelo Vaticano com o título “Escutar com o ouvido do coração”, acrescentando: “É preciso inclinar o ouvido e escutar em profundidade, sobretudo o mal-estar social agravado pelo abrandamento ou cessação de muitas actividades económicas”.

Francisco destaca, a este respeito, o papel da escuta na superação dos preconceitos contra os migrantes, convidando todos a “ouvir as suas histórias” de pessoas concretas: “Dar um nome e uma história a cada um deles. Há muitos bons jornalistas que já o fazem; e muitos outros gostariam de o fazer, se pudessem. Encorajemo-los! Escutemos estas histórias”.

A mensagem apresenta a escuta como o “primeiro e indispensável ingrediente do diálogo e da boa comunicação”. “Não se comunica se primeiro não se escutou, nem se faz bom jornalismo sem a capacidade de escutar”, pode ler-se.

O Papa lamenta a perda de capacidade de ouvir o outro, com pessoas fechadas em “partidos ideológicos”. “Em muitos diálogos, efectivamente, não comunicamos, estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista”, adverte, apontando que “a primeira escuta a reaver quando se procura uma comunicação verdadeira é a escuta de si mesmo, das próprias exigências mais autênticas, inscritas no íntimo de cada pessoa”.

A mensagem critica quem procura “ridicularizar o interlocutor”, mesmo dentro da Igreja, falando ainda numa “surdez interior”, na vida de muitas pessoas. “Escutar várias vozes, ouvir-se – inclusive na Igreja – entre irmãos e irmãs, permite-nos exercitar a arte do discernimento, que se apresenta sempre como a capacidade de se orientar numa sinfonia de vozes”, escreve o Santo Padre.

O texto alude ao Sínodo 2021-2023, um processo lançado em Outubro de 2021, desejando que o mesmo seja “uma grande ocasião de escuta recíproca”. “A comunhão não é o resultado de estratégias e programas, mas edifica-se na escuta mútua entre irmãos e irmãs”, reforça Francisco.

O Dia Mundial das Comunicações Sociaisfoi a única celebração do género estabelecida pelo Concílio Vaticano II, no decreto “Inter Mirifica”, em 1963; assinala-se, em cada ano, no Domingo antes do Pentecostes, que este ano recai no dia 29 de Maio.

Amensagempara a celebração foi publicada a 24 de Janeiro, dia da memória litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas.

In ECCLESIA

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