Natal e Ano Novo

Quem tem vergonha de Jesus?

As festas de fim de ano, que acabaram há pouco mais de uma semana, foram – como sempre – um desvario tumultuoso, em que todos se fartaram de desejar tudo de bom a todos (amigos, conhecidos e mesmo a desconhecidos).

Por esse mundo fora, presidentes, reis e outras altas figuras mundanas de quase todo o mundo civilizado esforçaram-se por desejar um futuro melhor aos seus concidadãos.

A lojas, desde as mais pequenas empresas familiares às “grandes superfícies”, sem esquecer as novas tecnologias e o ciber-comércio, empilharam resmas de notas e montanhas de moedas de todas as denominações. Foi um bom Natal!

Por esse mundo fora as festividades têm sido cada vez mais grandiosas e coloridas, sem esquecer que foram também altamente concorridas.

Todos falaram em paz e prosperidade, mesmo sabendo que nada irá mudar. O Natal tornou-se, na maior das maiores operações comerciais das últimas duas décadas. Países para os quais o Natal nada representa atiram-se de cabeça às festividades e à loucura do consumismo, com vendas fabulosas, que tentam compensar as fracas vendas efectuadas ao longo destes anos de crise.

Perguntámos a quatro pessoas, nas ruas da nossa Cidade do Santo Nome de Deus, o que era o Natal.

As respostas são sintomáticas: «Uma altura de paz e felicidade familiar», disse uma gentil donzela. Já um jovem barbudo, caucasiano, respondeu-nos ser «a melhor altura do ano para se viajar a países distantes e conhecer novas culturas». Uma senhora de certa idade, obviamente residente desta terra, disse-nos que «hoje em dia já não há espírito de Natal, pois as pessoas só pensam em gastar dinheiro em prendas para si, para a sua família e para alguns amigos», concluindo que «já não é como era dantes». Uma última pessoa afirmou «gostar muito do Natal porque como era muito simpático e boa pessoa recebia sempre muitas prendas».

E Jesus, como fica? E Jesus onde é que entra nesta história toda?

Estamos em crer que o Mundo se está a esquecer do que na realidade é a Festa do Natal. Que, um dia, há aproximadamente 2014 anos, numa arrecadação de guardar gado, manjedoira, abrigo de pastores ou gruta esquecida, da cidade Nazaré, na Galileia, um menino, tão igual a todos os outros, se bem que muito diferente, nasceu de uma menina também aparentemente como tantas outras, para cumprir uma profecia milenar, e uma promessa feita por Deus a um pastor tornado rei, de seu nome David.

Esse menino a quem foi posto o nome de Jesus veio ter com todos nós, desde essa altura, para nos dar uma nova certeza de um futuro, para além do futuro, prometendo e cumprindo uma quantidade de afirmações próprias ou de antigas profecias, feitas pela boca dos profetas bíblicos, que falaram em nome de Deus, com a eloquência do Espírito Santo… e que passaram a ser realidade!

Ele cumpriu a sua missão, deixou-se sacrificar, voluntariamente, para nos abrir as portas do pós vida, algo que nenhum outro “profeta” o fez até agora.

Mas parece que nós, como ele, filhos de um Pai Maior, nos esquecemos de tudo isso.

E agora só contam as festas de um natal desprovido de sentido, que acaba quando o último conviva regressa a casa, mais ou menos sóbrio, a pensar como serão as festas do próximo ano.

Esquecemo-nos que sem o nascimento daquele menino estas festas não existiriam, que ninguém andaria pelas ruas à procura “daquele” presente para um familiar ou amigo, num hábito reminiscente que nos deveria recordar que três Homens Bons enfrentaram as dificuldades e perigos de uma travessia do deserto, para oferecerem a esse menino as suas prendas.

Esse menino era Jesus, o filho de Deus, que veio até cá para nos ajudar… e ninguém se lembra dele… ninguém? Talvez não! Talvez apenas uns 2 ou 3% da população deste planetazinho de 3ª categoria deve lembrar-se Dele.

Alguém ouviu um político referir-se a Ele? Por estes lados, as associações de cariz europeia, portuguesa, de Macau, enviaram muitos Votos de Boas Festas aos amigos, colaboradores e afins, mas quantas delas enviaram a imagem de um Presépio a ilustrar os seus cartões de Natal? Não vi nenhuma! Umas árvores de natal, mais bonitas umas que outras, e pouco mais. E dizemo-nos Católicos, e dizemo-nos Cristãos. O mais engraçado é que vamos todos à Missa do Galo. É ver a Sé cheia até mais não. E ficamos todos contentes. Será porque a próxima vez que temos de ir à Missa é na Páscoa?

Porquê? Será que temos mesmo vergonha desse menino chamado JESUS?

Manuel dos Santos

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