MOÇAMBIQUE – CABO DELGADO

MOÇAMBIQUE – CABO DELGADO

Bispo denuncia situação «cada vez mais dramática»

O bispo de Pemba, no Norte de Moçambique, disse à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) que a situação em Cabo Delgado é «cada vez mais dramática».

As declarações de D. Luiz Fernando Lisboa foram divulgadas pelo secretariado português da AIS, duas semanas depois de a região de Macomia ter sido palco de um violento ataque por parte de grupos jihadistas.

O responsável católico considera que, «por enquanto, não há segurança» para as irmãs de São José e os monges beneditinos regressarem às suas missões, depois de ambas as congregações terem sido atacadas.

Estima-se que existam mais de duzentos mil deslocados nos principais centros urbanos da província, nomeadamente na cidade de Pemba.

«O alojamento não é suficiente para todos, porque aqui em Pemba, por exemplo, as famílias estão a receber [os desalojados], mas há também grandes acampamentos sem as condições necessárias. Não há tendas suficientes, não há comida que chegue, porque é muita gente», explicou D. Luiz Fernando Lisboa.

Falando ao telefone com a AIS, o bispo de Pemba adiantou que espera reunir-se com a alta comissária das Nações Unidas para abordar este situação, agravada pela pandemia do Covid-19.

«Distribuímos milhares e milhares de máscaras. As pessoas estão a usar máscaras, mas não há distanciamento. É uma situação potencialmente perigosa», relatou o prelado.

Como consequência da onda de violência e dos ataques dos grupos jihadistas às comunidades religiosas, pelo menos «sete ou oito paróquias» estão sem actividades.

«Não diria fechadas, mas sem actividades porque não há condições para isso. Não há celebrações, não há catequese, nada. E já há vários meses. Há algumas comunidades que há alguns meses não têm nada», indicou D. Luiz Fernando Lisboa.800

O Papa denunciou, no passado Domingo, a «dramática situação» que se vive na Líbia, em guerra civil, apelado à intervenção internacional para travar a violência no país africano.

«Sigo com apreensão e também com dor a dramática situação na Líbia, que esteve presente na minha oração, nos últimos dias», disse, desde a janela do apartamento pontifício, após a oração do Ângelus.

O Governo de Acordo Nacional da Líbia é reconhecido pela ONU, mas vários países apoiam os rebeldes liderados por Jalifa Hafter, cujas ofensivas contra Tripoli levaram à morte de 280 civis e cerca de dois mil combatentes, segundo as Nações Unidas.

Francisco apelou às organizações internacionais e a todos os que têm «responsabilidade políticas e militares» a procurar um caminho que leve ao «fim da violência», procurando «a paz, a estabilidade e a unidade do País».

In ECCLESIA

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