Vaticano insiste numa intervenção internacional
O representante da Santa Sé no Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas disse, na passada segunda-feira, em Genebra, que a comunidade internacional tem de tomar «medidas concretas» contra os extremistas do Estado Islâmico no Iraque.
«A responsabilidade de protecção internacional, em especial quando um Governo não é capaz de assegurar a segurança das vítimas, aplica-se neste caso e é necessário dar passos concretos com urgência e determinação para travar o agressor injusto», declarou D. Silvano Tomasi, em discurso pronunciado na cidade suíça e enviado à agência Ecclesia.
O arcebispo italiano recordou em particular os «grupos vulneráveis» e as minorias religiosas que têm sido alvo dos jihadistas.
Falando na 22ª sessão especial do conselho da ONU, o representante da Santa Sé denunciou «crimes contra a humanidade» e pediu o fim do financiamento e armamento dos extremistas do Estado Islâmico.
Pelo menos mil 420 pessoas foram mortas e mil 370 feridas em combates e outros incidentes violentos em Agosto no Iraque, anunciou a missão da ONU em Bagdade.
«Todos os responsáveis regionais e internacionais devem condenar explicitamente o comportamento brutal, bárbaro e incivilizado dos grupos criminosos que combatem no leste da Síria e norte do Iraque», disse D. Silvano Tomasi.
Papa telefonou a padre iraquiano
Entretanto o Papa Francisco telefonou a um padre iraquiano que lhe escreveu “Uma carta de lágrimas” e revelou que vai continuar «a fazer o melhor possível» pelos cristãos perseguidos no Iraque.
«O Papa Francisco manifestou profunda comoção pela carta recebida do vice-reitor do Seminário católico de Ankawa», que vive em Bartella, pequena cidade cristã perto de Mossul, no norte do Iraque, explicou o vice-director da Sala de Imprensa da Santa Sé.
O padre Ciro Benedettini disse ainda que Francisco «prometeu» que vai continuar «a fazer o melhor possível para proporcionar alívio aos sofrimentos» dos cristãos que são perseguidos pelos militantes do Estado Islâmico.
A missiva do padre Behnam Benoka, “Uma carta de lágrimas”, relatava a «situação terrível» dos cristãos que «morrem e têm fome, os seus filhos têm medo e não aguentam mais».
Ao telefone o Papa revelou gratidão aos voluntários que trabalham nos campos de refugiados e deu pleno apoio, participação espiritual, solidariedade e proximidade aos cristãos perseguidos.
A Rádio Vaticano informou que o telefonema, efectuado depois da viagem de Francisco à Coreia do Sul, terminou com «a bênção apostólica do Papa ao sacerdote e à sua comunidade iraquiana, pedindo ao Senhor que lhes dê o dom da perseverança na fé».