Pastoral de língua portuguesa prepara o Natal
O Tempo do Advento arranca este Domingo e o Papa Francisco exortou os católicos de todo o mundo a prepararem o Natal pela via da oração, de forma a que o mundo possa redescobrir a esperança e alegria da Boa Nova da vinda do Filho de Deus. Em Macau, a preparação para a festa da Natividade faz-se pelo recolhimento e pela introspecção, mas também pela celebração da mensagem de paz e de bem que está inerente ao nascimento de Cristo. Para a comunidade de língua portuguesa, a vivência do Advento está centrada na igreja de São Domingos e na igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Taipa.
Um retiro, acções de formação, momentos de oração e de adoração, e também a reconstituição de alguns dos quadros mais emblemáticos do período da Natividade, como a celebração do nascimento de Jesus Cristo ou a adoração dos Reis Magos. Em Macau, o arranque do Tempo do Advento foi antecipado para o final da tarde de amanhã, sábado, com a igreja de São Domingos a ser palco de uma formação e de um momento de adoração, logo após a missa vespertina.
A 13 de Dezembro, as crianças e adultos que frequentam a catequese e o catecumenato na paróquia da Sé vão participar num momento de pré-celebração do Natal, em que para além de receberem pequenos presentes simbólicos vão ainda participar num momento de oração e de formação orientada pelo padre Daniel Ribeiro. Na semana que antecede o nascimento de Cristo, o sacerdote brasileiro dinamiza um retiro na Vila São José, em Coloane, no qual devem participar cerca de duas dezenas de pessoas. «No âmbito da preparação para o Natal, na paróquia da Sé, temos quatro iniciativas especiais. No próximo sábado, como é habitual, há missa em língua portuguesa na igreja de São Domingos e depois da missa temos uma formação sobre o Advento, seguida de um momento de adoração. Há missa às 17 horas e 30, e depois formação e adoração. Esta é a primeira iniciativa», detalhou o vigário paroquial da Sé Catedral para a comunidade de língua portuguesa. «A segunda iniciativa decorre a 13 de Dezembro e está direccionada para a catequese, tanto de adultos, como de crianças. Vamos ter uma pré-celebração do Natal. É um evento em que as crianças vão receber algumas prendas e no qual vão ter também um momento de formação e de oração. Nos dias 18, 19 e 20, em Cheoc Van, a Vila São José vai receber um retiro em silêncio para cerca de vinte pessoas, para os coordenadores das pastorais que se desejem preparar para o nascimento de Cristo», acrescentou.
Para além destas três iniciativas, outra forma dos fiéis se prepararem para o Natal, lembrou o padre Daniel Ribeiro, é por meio da confissão. Em declarações a’O CLARIM, o sacerdote salientou que o sacramento da reconciliação está disponível em permanência: «A confissão está sempre disponível durante as missas em Português. A confissão realiza-se sempre durante as missas e durante a semana antes da missa, para que possamos ajudar os fiéis a chegar ao Natal devidamente preparados».
TAIPA: ADVENTO EM VIVÊNCIA PARTILHADA
Se na igreja de São Domingos a ênfase da preparação para o Natal é colocada na introspecção e no recolhimento, na igreja de Nossa Senhora do Carmo o Tempo do Advento é sinónimo de esperança. As crianças que frequentam a catequese na única paróquia da ilha da Taipa vão celebrar, a 13 de Dezembro, a Boa Nova do nascimento de Jesus Cristo com música e com a reconstituição de alguns dos momentos mais marcantes do quadro da Natividade, numa iniciativa em que os pais também desempenham um papel activo, avançou a irmã Maria Lúcia Fonseca a’O CLARIM. «A catequese funciona desde Setembro e vamos celebrar o Natal e o Advento como fazemos sempre. Os pais já foram avisados que o Advento começa neste Domingo e iniciamos já a preparação para o Natal envolvendo pais e filhos. Vamos fazer a celebração do Nascimento de Jesus e a Adoração dos Magos com as crianças da catequese. Esta actividade está prevista para o dia 13 de Dezembro, depois da missa, no adro da igreja de Nossa Senhora do Carmo», explicou a irmã franciscana missionária de Nossa Senhora.
Para além das crianças que frequentam a catequese em língua portuguesa na igreja do Carmo, a iniciativa conta também com a participação dos grupos de catequese em língua chinesa e em língua inglesa. O evento deverá servir ainda para fazer passar uma mensagem de paz e de esperança, num ano profundamente marcado pela pandemia do Covid-19. «Não somos só nós que vamos actuar. A catequese chinesa e a catequese inglesa também vão participar. Cada grupo vai apresentar aquilo que, com certeza, está a preparar. O grupo português vai ensinar o que é o Natal e como é que Jesus nasceu. A catequese constitui fundamentalmente um preceito para dar a conhecer Jesus, como pessoa e como Deus. Para sabermos isto é bom falarmos do nascimento, de como é que Jesus apareceu e como é que ele se tornou um amigo tão importante para nós», defendeu a coordenadora da catequese em língua portuguesa na paróquia de Nossa Senhora do Carmo. «Vamos também apresentar uma canção sobre o Covid-19 com as crianças e os pais que quiserem participar e terminamos com a mensagem que apresentámos no dia de São Francisco de Assis. Vamos fazer essa repetiçãozinha com os pais e com oito ou nove crianças e adolescentes. E é essa a nossa mensagem: Paz e Bem! Paz que Jesus veio trazer ao mundo e o bem que desejamos a toda a gente», acrescentou a irmã Maria Lúcia Fonseca.
Sem detectar casos de infecção pelo novo coronavírus há mais de 150 dias, Macau constitui-se como uma excepção, num mundo que se prepara para celebrar o Natal de forma mais sóbria, com cerimónias contidas e menos familiares à mesa. Para Maria Lúcia Fonseca, o Natal é, por isso e também, a ocasião certa para rezar pelo restabelecimento da Humanidade: «Como Macau é a Cidade do Nome de Deus e é uma terra dedicada a Nossa Senhora, eu tenho a certeza absoluta que é graças a ele que o território está ileso do vírus. É dos poucos lugar em que nós podemos agradecer a Deus por não termos cá o vírus. E agora temos de pedir é pelos outros lugares, para que a vacina venha depressa e evite tanto mal que está a causar em tantos países».
Marco Carvalho