Saúde sexual e reprodutiva em debate pela mão da Cáritas
A Universidade de Macau (UM) recebe nos dias 23 e 24 de Setembro a oitava edição do Fórum de Saúde Sexual e Reprodutiva na Adolescência das Duas Margens do Estreito de Taiwan, Hong Kong e Macau. Co-organizada pela Cáritas e pelo Centro de Estudos de Macau da UM, a iniciativa deverá reunir especialistas, académicos, responsáveis políticos, pedagogos e assistentes sociais provenientes do Continente, de Taiwan e das duas Regiões Administrativas Especiais para debater comportamentos e tendências sexuais na adolescência, e também a resposta e o acompanhamento que a sociedade lhes deve dar.
Para além da prevenção de doenças, o conceito de saúde sexual e reprodutiva compreende o estado completo de bem-estar físico, mental e social relacionado à reprodução e ao exercício da sexualidade. Organizada a cada quatro anos, a conferência tornou-se uma referência no âmbito da definição das políticas públicas ao nível da saúde sexual e reprodutiva na adolescência no espaço da Grande China, como recorda Paul Pun. «É importante no âmbito da definição das políticas públicas. Em anteriores edições, por exemplo, foram discutidas formas de melhorar a inclusão da educação sexual nos currículos. Ao mesmo tempo, este fórum oferece aos decisores públicos a oportunidade de comparar as experiências em Hong Kong, em Macau, na China Continental e em Taiwan, e a forma como estabelecem as suas políticas de apoio às gerações jovens», considera o secretário-geral da Cáritas em Macau.
O fórum destina-se sobretudo a especialistas, professores e profissionais do sector da saúde, mas há uma categoria profissional para quem a iniciativa é particularmente relevante. Os assistentes sociais, sustenta Paul Pun, estão na linha da frente no que respeita à prestação de serviços de acompanhamento aos jovens, e é por isso essencial que tenham noção das atitudes e das expectativas das gerações mais novas em relação à actividade sexual. «Ainda nos encontramos na fase em que estamos a solicitar o envio de artigos académicos; vamos discutir o panorama actual e procurar analisar a atitude dos jovens em relação ao sexo e às relações interpessoais, mas também abordar a questão do desenvolvimento saudável na adolescência», esclarece Paul Pun, em declarações a’O CLARIM. «O fórum é de uma grande importância para os assistentes sociais, sobretudo os que trabalham com adolescentes. E é importante não só porque contribuiu para um maior conhecimento da atitude e do comportamento dos jovens, mas também porque permite averiguar se os métodos dos próprios assistentes sociais são correctos. Estes profissionais têm diferentes perspectivas e se essas perspectivas não forem adequadas, a forma como se propõem ajudar os jovens será afectada. É importante não só dizer aos jovens como podem agir, mas também ajudar os assistentes sociais, as organizações e a comunidade a lidar com as expectativas dos jovens», conclui.
Marco Carvalho