Fórmula 1 – Época de 2018

É já no Domingo

Como vêm dizendo algumas cadeias de televisão, “novo campeonato, nova era!”. Ficamos sem saber se para melhor se para pior.

Apesar de várias instituições terem tentado reverter a decisão da Liberty Media de acabar com a presença das “grid” e “podium girls”, a ideia vai mesmo para à frente e lá estarão uma quantidade de moçoilos a fazerem o papel das meninas. Já ouvimos, ao vivo e na televisão, muitas opiniões, muitas críticas feias e mesmo insultuosas, como resposta (ineficaz) a esta e outras decisões dos novos patrões da Fórmula 1 e dos seus apêndices directos – leia-se, tudo o que faz parte do Grande Circo, seja em definitivo ou temporário no calendário da Fórmula 1, tais como as fórmulas GP3 e GP2, Supercarros, etc.).

Quanto à imposição do Halo, depois de quase todos o terem criticado veementemente após os testes de Inverno, Jean Todt, presidente da FIA-FISA (Federação Internacional do Automóvel- Federação Internacional do Desporto Automóvel), veio a público censurar os pilotos que o fizeram, dizendo que foi a associação dos pilotos de competição automóvel do Reino Unido, cujos directores são ou foram pilotos de Fórmula 1, a solicitar urgência na introdução do Halo. Ou alguém está muito confuso ou misturaram o “politicamente correcto” com o que na realidade pensam.

Com as nuvens cada vez mais negras a pairarem no ano 2020, quando o Pacto de Concórdia, que regula a Fórmula 1, será renegociado, o tema dos motores é tabu. As grandes equipas, principalmente a Ferrari e a Mercedes, ameaçam deixar a Fórmula 1, o que seria uma machadada (mortal) não só na Fórmula 1 como em todo o desporto motorizado. As pequenas equipas pedem à FISA que diga o que realmente quer para os motores. A verdade é que desenhar, construir e testar novos carros e motores todas as épocas tem custos brutais, e os patrocinadores estão a ficar cada vez mais “frios” devido às constantes alterações dos regulamentos, que aparentemente não levam a nada. Algumas afirmações da Liberty Media apontam para mais corridas além das actuais 21, o que não é do agrado das equipas, pois a ideia não foi ouvida com um sorriso nos lábios.

Como avançámos na última crónica, Bernie Ecclestone, o ex-patrão todo poderoso da Fórmula 1, desafiou a Liberty Media a tornar a categoria cem por cento eléctrica, sendo que a ideia poderá estar a ser estudada num país onde os automóveis eléctricos estão bastante desenvolvidos. Se a isto aliarmos o anúncio da construção de um super carro eléctrico por parte da Ferrari, talvez haja aqui uma feliz “coincidência”…

Mesmo com todos estes problemas os carros de Fórmula 1 rodaram em Barcelona com o Halo, nas duas sessões de quatro dias – este ano a primeira sessão contou com apenas três dias devido às condições climatéricas – destinadas aos testes de Inverno.

Esta temporada as dez equipas que irão compor o “grid” serão as mesmas do ano passado, sendo que duas delas irão alinhar com outro nome. São estas as equipas, pilotos e motores: Mercedes, Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, Mercedes; Ferrari, Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen, Ferrari; Red Bull, Max Verstappen e Daniel Ricciardo, Renault; Force India (poderá mudar de nome a qualquer momento, dizem os responsáveis da equipa desde Janeiro do ano passado), Sergio Perez e Esteban Ocon, Mercedes; Williams, Lance Stroll e Sergey Sirotkin, Mercedes; Renault, Carlos Sainz Jr. e Nico Hulkenberg, Renault; Toro Rosso, Pierre Gasly e Brendon Hartley, Honda; HAAS, Romain Grosjean e Kevin Magnussen, Ferrari; McLaren, Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne, Renault; Sauber (também pode ser chamada de Alfa Romeo, num golpe publicitário, mas o motor é Ferrari. A Alfa não dispõe de motores de Fórmula 1), Marcus Ericsson e Charles Leclerc, Ferrari.

A Liberty Media espera que depois de 2020 a Fórmula 1 tenha mais carros, possivelmente equipados com motores que ainda não se conhecem, nem se sabe como serão, mas que já fazem correr muita tinta nos média especializados.

Assaltou-nos uma grande sensação de “déjà vu”. Chegámos a pensar que estávamos a ver as tabelas de resultados do ano passado e a ouvir as mesmas provas de confiança nos carros e pilotos. A McLaren, agora com um motor Renault, teve alguns problemas como nos testes de 2017. Já a Mercedes foi novamente a mais fiável e a mais rápida. Utilizando os mesmos pneus que as outras equipas, tanto Hamilton como Bottas foram mais rápidos do que os Ferrari de Vettel e Raikkonen, em 0,55 segundos, e do que os Red Bull, em 0,8 segundos, de acordo com os dados avançados pela Pirelli, a fornecedora dos pneus da Fórmula 1. No entanto, como também sempre acontece, todos os dados recolhidos em Barcelona não têm mais valor do que apenas informação básica. Nem as equipas mostram o seu real potencial, nem os dados recolhidos este ano estarão muito próximos da realidade. O Circuito da Catalunha foi asfaltado de novo para os testes deste ano, pelo que não podem ser comparados com os testes dos anos anteriores.

Esperemos para ver o que se vai passar na Austrália, em Melbourne, neste fim-de-semana. Por agora fiquemos com os horários dos treinos, das qualificações e da corrida. Treinos livres 1, hoje, 9 horas – 10 horas e 30; treinos livres 2, hoje, 13 horas – 14 horas; treinos livres 3, sábado, 11 horas – 12 horas. Provas de qualificação: Sábado, 14 horas – 15 horas. Corrida: Domingo, 13 horas e 10 – 15 horas e 10.

Manuel dos Santos

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