Fórmula 1 – Época de 2015

Mais uma para a Mercedes?

O Grande Prémio do Brasil será, uma vez mais, disputado no Autódromo José Carlos Pace, também conhecido como Autódromo de Interlagos. Trata-se de um circuito com história, aninhado no coração da cidade de São Paulo, no distrito de Socorro. Quando foi usado para a Fórmula 1 pela primeira vez, em 1972, revelou-se bastante precário, com muitas falhas, tanto nas barreiras de protecção como nas barreiras de desaceleração, utilizadas naquela altura. O primeiro vencedor foi Carlos Reutemann, da Argentina, ao volante de um Brabham BT19 Ford. O crescimento desordenado de São Paulo e o aparecimento massivo de favelas à volta do circuito ditaram o seu abandono em 1979. Não por questões de segurança pessoal – que havia – mas porque as favelas davam um ar de pobreza e fealdade a um desporto que se queria – e quer – com “glamour” e beleza. Assim, a Fórmula 1 foi para o Rio de Janeiro, para o Autódromo de Jacarepaguá, outro circuito com bastantes deficiências.

Apesar de não ser do agrado dos pilotos, o Grande Prémio do Brasil foi sendo disputado no circuito “carioca” até que os organizadores foram confrontados com um problema: ou reabilitavam a pista de São Paulo ou ficavam sem Fórmula 1. A solução foi tomada a favor de Interlagos, o qual foi totalmente transformado – diz-se que apenas o traçado não foi alterado – depois de dispendidos cerca de 15 milhões de dólares americanos, um valor fantástico para 1981. Porém, os problemas de segurança física continuaram até aos nossos dias, embora esteja hoje rodeado de bairros com bom aspecto.

O circuito foi baptizado com o nome de José Carlos Pace, o Moco – ou o surdo, pois Pace fingia que não ouvia as pessoas quando não estava interessado em falar com elas – depois de falecer, em 1977, num acidente com um pequeno avião que ele mesmo pilotava e que pertencia a um outro piloto de automóveis de competição, Marivaldo Fernandes. Pace era considerado um ídolo pelos brasileiros, a par de Pelé.

Interlagos é rápido, sendo favorável aos carros mais velozes; as velocidades médias por volta são bastante altas, tendo em conta que é longo e sinuoso. O último vencedor, em 2014, foi Nico Rosberg, com um Mercedes, seguido pelo seu companheiro de equipa Lewis Hamilton. O último lugar do pódio foi ocupado por Felipe Massa num Williams-Mercedes.

Nos Estados Unidos, Lewis Hamilton juntou mais um título de pilotos aos dois que já tinha um conquistado anteriormente – no ano passado, com a Mercedes, e em 2008, com a McLaren. Da primeira vez, para ser campeão, na última corrida da temporada, disputada precisamente no Autódromo de Interlagos, Hamilton necessitava de acabar no 5º lugar, caso Massa, em Ferrari, vencesse a corrida. Na última volta, Hamilton estava na 6ª posição, algo atrás do Toyota de Timo Glock. Na última curva, à entrada da recta da meta, Glock perdeu, momentaneamente, o controlo do carro, fez a curva muito larga… e Hamilton ultrapassou-o, vencendo o mundial de pilotos por 1 ponto. Felipe Massa foi o mais efémero campeão do mundo: apenas uma mão cheia de segundos. Nunca ninguém o disse, mas as suspeitas ficaram no ar. As duas vitórias pela Mercedes, em 2014 e este ano, não aclaram a cem por cento as reticências.

O Grande Prémio do México, que se disputou no dia 30 de Outubro, no Autódromo Hermanos Rodríguez, fez com que Monza deixe de ser o circuito mais veloz do Campeonato do Mundo. Em Monza os carros atingem os 340 quilómetros por hora na recta da meta, antes de terem que travar a fundo para a primeira “chicane”, e rodam na casa dos 335 quilómetros por hora nas zonas mais rápidas. No México os carros alcançam os 360 quilómetros por hora no final da grande recta e 335 quilómetros por hora noutros pontos.

 

PORTUGUESES

Na semana passada André Couto venceu o Campeonato de Super GT300 do Japão. Se bem que não seja a “Fórmula 1” local, é um campeonato duramente disputado, sendo considerado dos mais difíceis do mundo, a par do DTM alemão, com a diferença de haver mais equipas oficiais e maior número de marcas apoiadas pelas fábricas. Não é um feito que deva ser menosprezado.

Na segunda corrida da Fórmula E da época 2015-16, disputada em Putrajaya, na Malásia, no passado fim de semana, António Félix da Costa ainda lutou por um meritoso segundo lugar, mas o seu carro sofreu uma série de cortes de energia, o mesmo acontecendo com outros pilotos que foram obrigados a desacelerar ou a abandonar a prova. O brasileiro Lucas di Grassi, vencedor do Grande Prémio de Macau em 2005, ganhou a corrida, estando à frente do campeonato.

Já Miguel Oliveira, um jovem de 20 anos, estudante de Estomatologia, tornou-se no primeiro piloto luso a sagrar-se vice-campeão do mundo na categoria de Moto3.

Miguel Oliveira prepara-se agora para subir de escalão, para a Moto2, no próximo ano, depois de ter conquistado seis vitórias na temporada que terminou no último Domingo.

Manuel dos Santos

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