Filosofia, uma dentada de cada vez (19)

O que são as Premissas Mais Fracas?

Vamos agora estudar a próxima regra, que tem a ver com as premissas “mais fracas”. E que premissas são mais fracas? Na Lógica, as premissas particulares são mais fracas, se comparadas com as universais, e as premissas negativas são mais fracas do que as afirmativas.

Regra n.º 7: Diz que a conclusão tem que seguir a premissa mais fraca. (1) Se uma das premissas é negativa (proposição E ou O), a conclusão tem que ser negativa. (2) Se uma das premissas for particular (I ou O), a conclusão tem que ser uma proposição particular.

Relembremos uma vez mais o que A, E, I e O significam:

A (afirmativa universal): Cada homem é mortal / Todos os homens são mortais. uS + pP

E (negativa universal): Nenhum homem é um anjo / Todos os homens não são anjos. uS – uP

I (afirmativa universal): Alguns humanos são machos. pS + pP

O (negativa particular): Alguns humanos não são machos. pS – uP

A primeira parte da Regra n.º 7 ensina-nos que uma conclusão negativa surge se uma das premissas for negativa (E ou O).

Por exemplo:

E (negativa universal): Nenhum jumento é um peixe.

I (afirmativa universal): Alguns asnos são jumentos.

O (negativa particular): Alguns asnos não são peixes.

Neste caso, mesmo que a declaração “Todos os asnos não são peixes” (E, negativa universal) seja óbvia para nós, não pode surgir uma conclusão lógica deste silogismo.

A segunda parte da Regra n.º 7 diz-nos que se uma premissa for particular (I ou O), a conclusão tem que ser particular.

O (negativa particular): Alguns criminosos não roubam.

A (afirmativa universal): Todos os criminosos são violadores da lei.

O (negativa particular): Logo, alguns violadores da lei não roubam.

Como a primeira premissa é particular a conclusão tem que ser particular. Além disso, como a primeira premissa também é negativa a conclusão tem que ser negativa.

No exemplo abaixo, a primeira premissa é negativa, a segunda premissa é particular, assim a conclusão tem que ser negativa e particular:

E (universal negativa): Nenhum ladrão prosperará.

I (afirmativa particular): Alguns políticos são ladrões.

O (negativa particular): Logo, alguns políticos não prosperarão.

Regra n.º 8: Nenhuma conclusão poderá ser obtida de duas premissas particulares (I ou O) – pelo menos uma delas tem que ser uma proposição universal. De outra forma, uma passa a ser uma falácia das premissas particulares. Por conseguinte, não se pode concluir nada do que se segue:

I (afirmativa particular): Alguns estudantes são preguiçosos.

O (negativa particular): Alguns estudantes não são preguiçosos.

Nem se pode tirar qualquer conclusão deste exemplo:

I (afirmativa particular): Alguns professores são bons.

I (afirmativa particular): Alguns alunos são bons.

E o próximo quebra duas regras, o que faz com que qualquer conclusão seja impossível:

O (negativa particular): Alguns adultos não são maduros.

O (negativa particular): Alguns jovens não são maduros.

Devem estar exaustos com toda esta discussão sobre o silogismo. Isso só prova uma coisa: não é fácil pensar correctamente.

Até à próxima aula!

Pe. José Mario Mandía

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