Humildade diante do presépio
Nesta Noite Santa, sobre o povo que andava nas trevas, resplandeceu uma grande Luz. Sobre cada um de nós, especialmente no fundo da nossa alma, brilha essa Luz ímpar que marca o tempo da História: o nascimento do nosso Deus!
Não há lugar para dúvidas. Deixemo-las para os cépticos que, como diz o Papa Francisco, por interrogarem somente com a razão – esquecendo a pequenez de cada ser humano – nunca chegam à Verdade com letra maiúscula.
Nesta Noite não há lugar para a indiferença nem para a apatia. Se acreditamos de verdade que Deus Se fez Homem e veio à Terra para nos salvar, tudo o resto – preocupaçõezinhas, egoísmozinhos, orgulho ferido – adquire um sentido muito relativo.
Se vivemos bem o Natal – não só de um modo exterior-superficial – voltamos a redescobrir a nossa grandeza e a nossa pequenez.
Grandeza porque somos de verdade filhos de Deus. Ele veio à Terra para nos recordar que valemos muito. Não somos produtos do acaso. Deus conta connosco para recordar a tantos a sua dignidade – muitas vezes desfeita por um orgulho de pretender viver sem contar com Ele.
Pequenez porque sem Deus não podemos nada. Somos o único ser nesta Terra que é consciente da sua mortalidade. E também somos o único que, tantas vezes, se comporta como se fosse imortal. Como se fosse Deus. Como se não necessitasse da salvação que Ele nos traz.
Não é só Deus que ama o humilde e rejeita o soberbo. Nós fazemos o mesmo. A modéstia, quando é sincera, atrai. Faz com que uma pessoa seja amada, a sua companhia desejada e a sua opinião valorizada.
Com Maria e José, possam os nossos corações ficar maravilhados contemplando Jesus reclinado numa manjedoura. E que diante da modéstia do nosso Deus brote um propósito sincero que resolverá tantas “tragédias” da nossa vida: sermos humildes de verdade.
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Doutor em Teologia