Rotary Club de Macau associa-se a campanha internacional de combate à pólio
A Torre de Macau acolheu na última noite a edição de 2020 da “World Greatest Meal”, um jantar solidário organizado pelo Rotary Club de Macau com o propósito de angariar donativos para o combate à poliomielite. Na iniciativa, realizada desde há vários anos no território, participaram cerca de oito dezenas de pessoas, que se associaram a um esforço que já ajudou a vacinar milhões de crianças por todo o mundo.
O Movimento Rotário Internacional lidera – em conjunto com organismos como a UNICEF, a Organização Mundial de Saúde e a Fundação Bill e Melinda Gates, que oferece dois dólares por cada dólar angariado – os trabalhos de erradicação mundial da doença. O Dia Internacional do Combate à Poliomielite foi assinalado no passado sábado com a dinamização de iniciativas um pouco por todo o planeta. Já no território, a efeméride foi ontem assinalada, com um certame que juntou solidariedade e boa gastronomia. «O Rotary Club de Macau tem vindo a organizar esta iniciativa desde há vários anos, sempre no final de Outubro. A ideia é a de associar o certame ao “Halloween” e criar um jantar em que as pessoas se divertem e ao mesmo tempo fazem contribuições em dinheiro que são canalizadas para o combate à pólio, para o desígnio de erradicar a poliomielite», explicou João Francisco Pinto, presidente do Rotary Club de Macau, em declarações a’O CLARIM.
O Movimento Rotário Internacional dinamiza desde há três décadas a iniciativa Polio Plus, a primeira a abraçar a ideia de que a poliomielite pode ser erradicada por meio de um programa de vacinação de crianças em grande escala. Não há ainda cura para a pólio, mas a doença, lembrou João Francisco Pinto, pode ser facilmente evitada com o recurso a uma vacina. «No mês de Agosto, a pólio foi declarada erradicada em toda a África. E isto é considerado uma vitória muito, muito importante, até porque a pólio é uma doença debilitante, mas cuja prevenção é baratíssima. É uma vacina. É muito simples: administra-se a vacina e ninguém apanha pólio», sublinhou o dirigente. «Nos países desenvolvidos este procedimento está perfeitamente institucionalizado. As pessoas levam a vacina quando são bebés e nunca mais se pensa nisso, mas há países em que não é assim. Neste momento, o foco da nossa acção são dois países, curiosamente asiáticos: o Afeganistão e o Paquistão. São países em que a pólio está ainda activa e prevalente», acrescentou.
A erradicação da pólio é uma das grandes bandeiras do Movimento Rotário Internacional, mas em Macau os rotários alimentam outras preocupações, nomeadamente no que toca ao impacto que a pandemia do Covid-19 teve sobre algumas das franjas mais vulneráveis da população do território. «No passado mês de Setembro, fizemos um donativo de fraldas e de leite em pó à Cáritas para ser entregue às trabalhadoras migrantes que foram recentemente mães e que perderam o emprego; um donativo bastante grande que a Cáritas fez chegar a cerca de trinta trabalhadoras migrantes nestas condições, com grandes carências financeiras», disse João Francisco Pinto.
Marco Carvalho