Instituto Ricci lança colecção de livros sobre o Império do Meio
O Instituto Ricci de Macau tenciona lançar nos próximos meses uma colecção de seis obras de natureza académica, que têm como objectivo explorar as oportunidades e os riscos decorrentes de um diálogo mais consciente e mais aprofundado com a China.
Os livros – serão publicados primeiro em Inglês e só depois traduzidos para Chinês – resultam do trabalho desenvolvido por múltiplos investigadores, em domínios como Economia, Sociologia, Interculturalidade ou práticas negociais. A colecção, cujo terceiro volume é inteiramente dedicado a Macau, procura responder às necessidades sentidas pelos empresários, investidores, estudantes e docentes, e apresenta-se com um instrumento fundamental para todos quantos queiram conhecer melhor a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e a forma como o plano estratégico de desenvolvimento gizado pelo Governo de Pequim pode beneficiar mutuamente a China e os seus parceiros.
O tema do diálogo com a China dá, de resto, o mote ao Simpósio Anual do Instituto Ricci de Macau, agendado para os dias 13, 14 e 15 de Outubro. O “think tank” da Companhia de Jesus pretende analisar e debater de que forma a pandemia de Covid-19 afectou o diálogo entre a República Popular da China e o mundo, e como essa relação pode ser relançada para benefício de todos.
«O Simpósio tem como objectivo realçar a missão que está no âmago do Instituto Ricci de Macau, nomeadamente promover o diálogo com a China, em particular no contexto do acordo entre a Santa Sé e a China. Vamos explorar o que significa procurar uma amizade genuína com a China a diferentes níveis, incluindo do ponto de vista filosófico, teológico, sociológico e económico», explicou a’O CLARIMo padre Stephan Rothin. «O tema do Simpósio está intimamente relacionado com a nova série que o Instituto Ricci vai lançar no próximo mês, ao publicar o primeiro de seis volumes focado no “Diálogo com a China. Oportunidades e Riscos”» revelou o director do Instituto Ricci de Macau.
O prazo para a recepção de propostas de artigos científicos para debate deveria ter terminado esta quarta-feira, mas acabou por ser prolongado até ao final de Maio. O organismo espera atrair a participação de académicos de todo o mundo e facultar um contributo para um melhor entendimento da «extraordinária complexidade da China». «Há o risco de estar a ser transmitida uma imagem da China amplamente distorcida. Acredito que o Simpósio vai oferecer uma plataforma para que economistas e cientistas sociais possam compreender melhor a fantástica complexidade da China», defendeu o padre Stephan Rothlin. «O Instituto Ricci explorou consistentemente ao longo dos últimos dois anos a questão de como a pandemia pode ser reconhecida como uma oportunidade genuína. Veja-se o caso das pessoas que têm a tendência para estarem sempre ocupadas. Será que a pandémica não lhes oferece uma oportunidade de ouro para explorar com maior profundidade uma vida de oração e de contemplação? Tendo em conta a catástrofe da guerra, o que podemos fazer para nos envolvermos em actividades caritativas que possam ser significativas?», concluiu o sacerdote, em jeito de interrogação.
M.C.