Papa lança desafio missionário a todos os católicos
«A missão para todos requer o empenho de todos». Quem o afirma é o Papa Francisco na “Mensagem para o 98.º Dia Mundial das Missões”, que este Domingo, 20 de Outubro, é celebrado pela Igreja Católica em todo o mundo.
Sob a atmosfera que estes dias se vive na Santa Sé, em resultado do decorrer dos últimos trabalhos do Sínodo da Sinodalidade, o Papa defende que «é necessário continuar o caminho rumo a uma Igreja, toda ela, sinodal-missionária ao serviço do Evangelho», pelo que «é ainda mais urgente uma estreita cooperação missionária» no seio da Igreja. Neste âmbito, o Santo Padre lembra que «as colectas do Dia Mundial das Missões em todas as igrejas são inteiramente destinadas ao Fundo Universal de Solidariedade, que depois a Pontifícia Obra da Propagação da Fé distribui, em nome do Papa, para as necessidades de todas as missões da Igreja».
Recorrendo à parabola do rei que convida os súbditos mais importantes para o casamento do seu filho e aqueles recusam aparecer na festa (cf. Mt., 22, 1-14), Francisco vinca a posterior decisão do rei de convidar toda a população do reino para o banquete, independentemente da sua condição social e mesmo moral: «A parábola do banquete diz-nos que, seguindo a recomendação do rei, os servos reuniram “todos aqueles que encontraram, maus e bons” (Mt., 22, 10). Além disso, – realça o Santo Padre – os convidados especiais do rei são precisamente “os pobres, os estropiados, os cegos e os coxos” (Lc., 14, 21), isto é, os últimos e os marginalizados da sociedade».
Na Jornada Mundial da Juventude de 2023, em Lisboa, o Papa disse querer uma Igreja para «todos, todos, todos», expressão que desde então tem sido repetida pelos mais variados intervenientes e que muito certamente marcará o Pontificado de Francisco. Na “Mensagem para o Dia Mundial das Missões”, o Papa volta a referi-la, enquanto cumpromisso de todos os católicos: «A missão é ida incansável rumo a toda a humanidade para a convidar ao encontro e à comunhão com Deus». Um exemplo? «Jesus Cristo, o bom pastor e enviado do Pai, que andava à procura das ovelhas perdidas do povo de Israel e desejava ir mais além para alcançar também as ovelhas mais distantes (cf. Jo., 10, 16)». Outro exemplo: o dos «missionários e missionárias que, respondendo ao chamamento de Cristo, deixaram tudo e partiram para longe da sua pátria a fim de levar a Boa Nova aonde o povo ainda não a recebera ou só recentemente é que a conheceu». E, por último, os leigos: «Todo o cristão é chamado a tomar parte nesta missão universal com o seu testemunho evangélico em cada ambiente, para que toda a Igreja saia continuamente com o seu Senhor e Mestre rumo às “saídas dos caminhos” do mundo actual».
O Papa Francisco dirige-se a todos os católicos, os quais classifica como «discípulos-missionários de Cristo», pedindo que «nesta fase final do percurso sinodal, de acordo com o lema “Comunhão, participação, missão”, se relance na Igreja o seu empenho prioritário, isto é, o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo». «Ao proclamar ao mundo a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado, os discípulos-missionários fazem-no com alegria, magnanimidade, benevolência, que são fruto do Espírito Santo neles; sem imposição, coerção nem proselitismo; mas sempre com proximidade, compaixão e ternura, que refletem o modo de ser e agir de Deus», acrescenta.
A terminar, o Papa lança um apelo e um convite: «Continuamos a rezar e a agradecer a Deus pelas novas e numerosas vocações missionárias para esta obra de evangelização até aos confins da terra. (…) No Ano dedicado à oração como preparação para o Jubileu de 2025, desejo convidar a todos para intensificarem também e sobretudo a participação na Missa e a oração pela missão evangelizadora da Igreja».
J.M.E. com www.vatican.va