De onde viemos e para onde vamos?
As duas questões mais fundamentais da existência humana, a origem e o fim, são inseparáveis e decisivas para orientar a nossa vida e o nosso actuar concreto. Reflectir sobre de onde viemos e para onde vamos proporciona um sentido para as nossas decisões diárias.
Diante da morte, o homem depara-se com um mistério que transcende a sua compreensão racional, e só lhe resta o silêncio.
A morte é uma realidade ineludível que nos recorda a nossa fragilidade e finitude. É um acontecimento inevitável que interpela cada um a experimentar a transitoriedade desta vida e a ponderar sobre o que realmente importa alcançar com o tempo que nos é dado viver.
Quando o homem se encontra frente a frente com o sofrimento, sente-se desguarnecido e sem forças. A dor e a adversidade revelam a vulnerabilidade humana de forma aguda, expondo as limitações da nossa liberdade criada.
Percebemos que, apesar de todos os avanços tecnológicos, há aspectos da nossa existência que escapam ao nosso controlo e compreensão. A razão, por mais capaz que seja, mostra-se insuficiente e limitada para dar sentido ao mistério da dor, do sofrimento e da morte.
Esta experiência de limitação pode ser avassaladora, pois confronta o homem com a realidade de que não possui todas as respostas. A sensação de impotência diante do sofrimento e da morte desafia a auto-suficiência e a confiança excessiva nas nossas próprias forças.
No entanto, essa mesma limitação pode abrir um espaço para a busca de algo maior, para a procura de respostas que vão além da razão e da ciência.
O reconhecimento das nossas limitações pode, paradoxalmente, tornar-se uma fonte de força. Ao admitir que não temos todas as respostas, abrimo-nos à possibilidade de encontrar sentido na fé em Jesus Cristo, o único que, como disse São Pedro, «tem palavras de vida eterna».
Pe. Rodrigo Lynce de Faria
Doutor em Teologia