D. Stephen Lee presidiu à Missa de encerramento no ano da Misericórdia

Mais jovens e solidariedade

Cerca de quatro mil pessoas participaram na missa de encerramento do Ano da Misericórdia, celebrada no passado Domingo na Escola de São Paulo. D. Stephen Lee, bispo de Macau, considera que o final do jubileu representa o início de uma nova era. «A Graça da Misericórdia tocou os quatro cantos do mundo». Na RAEM, os jovens aproximaram-se da Igreja e esta reforçou a sua missão junto dos pobres que vivem do outro lado das Portas do Cerco.

A diocese de Macau associou-se às celebrações do encerramento do Ano da Misericórdia, com uma missa presidida por D. Stephen Lee e co-celebrada por mais de trinta e cinco sacerdotes – entre os quais se encontravam todos os párocos da Diocese – e que contou com a participação de cerca de quatro mil fiéis de diversas nacionalidades.

O pátio da Escola de São Paulo foi pequeno para acolher todas as pessoas, tendo os responsáveis pela organização do evento encaminhado alguns fiéis para o auditório daquele estabelecimento de ensino, onde puderam assistir, em directo, à transmissão da cerimónia.

Embora o som dos motores dos carros do Grande Prémio de Macau se tenha feito ouvir em alguns momentos, imperou o silêncio durante as Leituras e o Evangelho, cujas mensagens foram ao encontro do espírito vivido durante o jubileu: «Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor e eles ungiram David como rei de Israel (2 Sam 5, 1–3)»; «Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura (…) Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus (Col 1,12–20)»; «“Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza”. Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 35–43)».

Na homilia, D. Stephen Lee recuperou a imagem da abertura e passagem pela Porta Santa – «símbolo do Ano da Misericórdia» – afirmando que «a Misericórdia não está nas mãos dos homens, mas nas mãos de Deus». Por mais de uma ocasião, o prelado referiu que com o encerramento do Ano da Misericórdia fechou-se um ciclo e «começou uma nova era»: «Depois de um ano extraordinário cheio de Graça, passamos para o ano comum, procurando obter a Graça da Misericóridia de Deus», disse.

Após a missa, em declarações a’O CLARIM, o bispo de Macau mostrou-se satisfeito com os frutos obtidos durante os últimos doze meses: «Houve muitos eventos e as pessoas participaram. Consciencializaram-se da Misericórdia de Deus e sentiram pessoalmente a Graça que o Pai Misericordioso lhes concedeu. Tenho a certeza que não apenas em Macau, mas em todas as Dioceses espalhadas pelo mundo».

Questionado se houve uma maior participação dos fiéis nas missas que diariamente têm lugar em Macau, revelou não ter dados que o possam comprovar, mas disse acreditar que «com a Graça de Deus as pessoas tiveram a consciência do ano extraordinário que agora encerra. Para isso também contribuíram os media. Mesmo que não tenham participado nos diferentes eventos, sentiram o significado da Salvação, que cada um pode alcançar a qualquer momento, seja essa a vontade de Deus».

Quanto ao futuro, D. Stephen Lee avançou que irá «encorajar as paróquias a determinar um horário fixo para as confissões, de modo a que os fiéis possam aproximar-se da Igreja com regularidade, no mesmo horário e no mesmo local, e ainda a realização de actividades e aulas de formação. Para transmitir às pessoas o sentido da humildade, da oração, da leitura da Bíblia, importante para que se viva na Misericórdia de Deus».

A terminar, não ficou indiferente quanto ao facto de terem estado quatro mil pessoas na missa, ao mesmo tempo que decorria o Grande Prémio de Macau: «O Papa Francisco já havia determinado que o encerramento do Ano da Misericórdia seria no dia dedicado ao Cristo Rei. O Grande Prémio eleva o espírito desportivo, é bom para o turismo, mas ao mesmo tempo queremos aumentar a sensibilidade da espiritualidade das pessoas que vêm a Macau. Estou muito feliz que tantos tenham vindo à missa», concluiu.

 

Ano intenso, a pensar no futuro

A’O CLARIM, o padre Pedro Chong, que exerceu as funções de coordenador da Comissão Diocesana para o Ano da Misericórdia, lembrou que «foram organizadas seis actividades – 24 horas de adoração, confissão para os jovens, peregrinações a Fátima, Lourdes e Santiago de Compostela, e o concerto do Ano da Misericórdia», que contribuíram «para que os fiéis entendessem o seu significado e também eles promovessem algumas actividades».

Sendo os jovens parte integrante do seu trabalho pastoral, o sacerdote recordou dois momentos dedicados aos mais novos: o concerto do Ano da Misericórdia e a confissão para os jovens. «Muitos apareceram para estes dois acontecimentos, o que significa que há procura pelas actividades da Igreja. Claro que é preciso motivá-los, indo ao encontro dos seus anseios», sublinhou.

Segundo o padre Pedro Chong, «a paróquia de Mong-Há vai continuar a auxiliar pobres na China, deixados pelos parentes que partiram em busca de trabalho. É uma actividade que durará cerca de um ano. Não é fácil trabalhar na China, mas queremos ajudar estas pessoas, dando-lhes apoio financeiro e atenção».

Por último, o padre Beda Liu, SJ, presidente dos conselhos de direcção dos colégios Mateus Ricci e Estrela do Mar, apontou que «o mais importante a reter do jubileu é a Graça da Misericórdia e a alegria do Evangelho sentidas pelos fiéis».

O superior dos jesuítas em Macau revelou que orientou alguns retiros e empenhou-se na pregação, «actividades básicas do ministério sacerdotal».

Nas escolas em que exerce funções, o ano serviu para «reforçar a formação dos directores, dos professores e dos alunos, através da união do espírito da catequese com o ensino».

José Miguel Encarnação

jme888@gmail.com

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *