D. STEPHEN LEE PRESIDE ESTE DOMINGO ÀS CELEBRAÇÕES DO DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

D. STEPHEN LEE PRESIDE ESTE DOMINGO ÀS CELEBRAÇÕES DO DIA MUNDIAL DO MIGRANTE E DO REFUGIADO

Imigrantes enchem as igrejas de Macau

A Escola São Paulo acolhe este Domingo as comemorações da 110.ª edição do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. A iniciativa volta a juntar centenas de imigrantes provenientes de países como Filipinas, Indonésia, Vietname, Myanmar ou Timor-Leste.

O bispo de Macau, D. Stephen Lee, preside este Domingo à celebração da Missa Solene com que a diocese de Macau vai assinalar o 110.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, efeméride que é este ano comemorada pela Igreja Católica nos quatro cantos do mundo a 29 de Setembro.

A exemplo do que tem sucedido noutros anos, as celebrações do Dia Mundial do Migrante estão na RAEM centradas na Escola São Paulo. O auditório do estabelecimento de ensino, administrado pela Ordem Dominicana, acolhe não só a celebração da Eucaristia, mas também um almoço-convívio, oferecido pela diocese de Macau a imigrantes provenientes de vários países. «A Eucaristia é a primeira actividade que temos prevista, às 11:00 horas. Depois disso, temos um almoço gratuito para imigrantes de diferentes comunidades: vamos ter imigrantes vietnamitas, filipinos e provenientes de Myanmar, da Indonésia, de Timor-Leste e de outros países», explicou o padre Raymund Enriquez Gaspar, actual responsável pelo Centro Pastoral Diocesano, em declarações a’O CLARIM. «Depois do almoço teremos diferentes tipos de performances e actuações culturais, apresentadas por grupos de diferentes nacionalidades. É desta forma que vamos celebrar o Dia Mundial do Migrante. A efeméride celebra-se este ano pela 110.ª vez», notou.

O convívio, que se voltou a realizar em 2023, depois de vários anos de interrupção motivada pela pandemia, deverá reunir à volta da mesa mais de novecentos imigrantes – número que deverá ser ligeiramente superior ao registado há um ano e que reflecte a normalização das dinâmicas migratórias, depois de um período em que o volume de trabalhadores imigrantes radicados no território aumentou de forma substancial. «As nossas estimativas têm por base o número de imigrantes que se juntaram a nós noutras edições do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. No ano passado, participaram nesta actividade pouco menos de novecentos imigrantes, naquela que foi a primeira celebração desta efeméride em Macau no pós-pandemia. Este ano, esperamos que o número seja superior», admitiu o padre Raymund.

UMA COMUNIDADE

VIBRANTE

De entre os participantes, os imigrantes oriundos das Filipinas deverão estar em maioria, mais não seja por uma questão de proporcionalidade matemática. Ao longo dos últimos dois anos, a comunidade recuperou o fulgor. «Tendo por base as conversas informais que tenho tido com o Consulado Geral das Filipinas aqui em Macau, o número de imigrantes filipinos em Macau caiu dos 33 mil para os 27 mil durante a pandemia. Depois do fim do COVID-19 e da reabertura das fronteiras, a tendência inverteu-se e agora teremos entre 33 e 35 mil imigrantes filipinos em Macau» esclareceu o padre Raymund.

Nem sempre fácil de quantificar, o aumento faz-se notar no incremento do número de fiéis que participam nas missas em Tagalo e em Inglês nas igrejas de Macau. A Diocese anunciou recentemente que a Sé Catedral passou a celebrar, aos Domingos, Missa em Tagalo, mas antes desta medida já o padre Raymund havia reforçado o número de missas em Santo Agostinho, igreja que a Cúria Diocesana entregou ao cuidado da comunidade filipina. «Antes, tínhamos apenas três missas na igreja de Santo Agostinho: uma às 9 horas e 30, outra às 11:00 horas e a última às 18:00 horas. Eu acrescentei uma outra Eucaristia às 8:00 horas, até porque desde Junho deste ano nota-se um aumento no número de pessoas que procuram a igreja. Normalmente, na Missa das 8:00 horas temos entre duzentas a 250 pessoas. Às 9 horas e 30, entre trezentos a 350 fiéis, e às 11:00 horas recebemos outros 250. Só ao final do dia é que os números não são tão expressivos. Na Missa das 18:00 horas celebramos para cerca de uma centena de pessoas», elencou o sacerdote. «Contas feitas – continuou – mais de mil pessoas participam nas Missas Dominicais, isto só na igreja de Santo Agostinho. Também há missas em Inglês e em Tagalo noutras igrejas de Macau: na Sé Catedral, em São Lourenço, em São Lázaro, no Carmo e na igreja de Nossa Senhora de Fátima».

Se o objectivo principal do Centro Pastoral Diocesano – e, por inerência, do padre Raymund – é responder às necessidades espirituais de uma comunidade que vive a mensagem de Cristo com particular devoção, o organismo continua a garantir ajuda e conforto a quem dele necessita.

As instalações do Centro, situadas no Porto Interior, abrem as portas todos os sábados para receber dezenas de empregadas internas a quem falta um pouso certo nos dias em que usufruem do seu descanso semanal. «Continuamos a fazer chegar ajuda a imensas pessoas. Por exemplo, ao sábado à noite, abrimos as portas e acolhemos todos os filipinos, sejam eles católicos ou não, que se queiram juntar a nós», explicou o responsável, concluindo: «Desde há mais de um ano que todos os sábados recebemos entre cinquenta a sessenta pessoas, que passam a noite toda – ou parte da noite – no Centro Pastoral. Cozinho para todos eles. A maioria são pessoas que trabalham como empregadas domésticas internas e que não têm lugar onde ficar sempre que folgam e saem de casa. Deste modo, têm ao seu dispor um local que podem considerar seu. Vamos ao encontro destas pessoas e queremos que elas sintam que fazem parte de uma comunidade»

Marco Carvalho

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