D. Savio Hon Tai-Fai critica a globalização

Um Mundo só para alguns

D. Savio Hon Tai-Fai, secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, critica a globalização por não permitir que todas as pessoas tenham um lugar na sociedade.

O arcebispo D. Savio Hon Tai-Fai considera que «a globalização tem um lado negativo, pois nem todas as pessoas encontram o seu lugar no mundo globalizado».

Segundo o secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, «algumas pessoas acabam marginalizadas [no processo de globalização]», enveredando pela «globalização de superficialidade».

«Num minuto, fazem uma coisa; noutro minuto, fazem outra. Não param para entrar no seu mundo interior. Esta superficialidade é alimentada pelo consumismo, sendo bastante difundida. Enquanto este estado de coisas tiver origens económicas afectará realmente muitos aspectos das nossas vidas», explicou.

Estas declarações foram proferidas a’O CLARIM à margem da “Sixth Fu Jen Academia Catholica International Conference”, que teve lugar nos dias 29 e 30 de Maio, na Universidade Católica de Fu Jen (Taiwan), e foi dedicada ao tema “Inculturação da Igreja Católica desde o Vaticano II”.

Nesse âmbito, D. Savio Hon Tai-Fai deu como exemplo o pensamento do cardeal D. Celso Constantini, um delegado pontifício que viveu entre 1876 e 1958.

«Embora o cardeal Constantini admitisse que, de facto, os valores (como os dos chineses) fossem importantes, o homem necessitava de redenção e de ser elevado à Graça por Jesus Cristo», disse, justificando: «Os leigos devem viver a sua fé, devem santificar-se, devem seguir Cristo; receber os sacramentos; ler o Evangelho; envolverem-se no trabalho de evangelização. Esta é a obra de santificação. Quanto mais nos santificarmos, mais descobrimos áreas para a auto-reflexão».

A terminar referiu ainda o que entende por “evangelizar”: «Evangelizar não é apenas aumentar o número de crentes. Não podemos simplesmente apontar para os números. A evangelização é, essencialmente, deixar Cristo atrair as almas para si mesmo. Ele é o nosso Salvador. Não somos nós que salvamos os outros com a nossa eloquência. Todo o católico deve ser uma plataforma de difusão da fé. O exemplo da nossa vida deve levar os outros a procurar Cristo. O mais importante é aqueles que não conhecem Cristo poderem conhecê-lo através de nós e não simplesmente servirem para aumentar o número de convertidos».

J.M.E./L.R.M.

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