Cáritas Macau doa 1,6 milhão de patacas ao Nepal

Paul Pun descreve o que viu

O secretário-geral da Cáritas Macau, Paul Pun, esteve entre 4 e 9 de Junho no Nepal, onde ficou a saber como está a decorrer a ajuda humanitária da Cáritas Internacional nas áreas afectadas pelo sismo ocorrido no passado dia 25 de Abril, no qual morreram mais de sete mil pessoas.

«Fui a Katmandu e à zona de Bagmati. Vi edifícios totalmente destruídos e outros parcialmente destruídos. Havia alguns intactos. Pensei que a população estivesse privada de bons abastecimentos [de comida] e houvesse muita fome, mas na medida do possível as pessoas estão bem devido à ajuda humanitária», descreveu.

«Há muitos voluntários indianos, nepaleses, austríacos, britânicos, americanos, australianos, alemães… Há apoio do Governo da China, do “World Food Program” e de várias ONG. O mundo está a tentar ajudar os nepaleses», salientou.

«A Cáritas Macau já enviou para o Nepal cerca de 800 mil patacas e está próxima de reunir idêntico valor, que também será enviado para apoiar a actividade da Cáritas Internacional no terreno», revelou.

«Iniciámos a campanha de angariação de fundos um dia após o sismo e as pessoas começaram a fazer os seus donativos nas missas, nas escolas, maioritariamente católicas, na comunidade da Cáritas e a título individual ou colectivo. Recebemos ainda uma verba da Diocese de Macau e continuamos a vender os nossos artigos em segunda mão no bazar de caridade», acrescentou.

«O Nepal é um país pobre e ficou ainda mais pobre após este desastre natural. Penso que [as autoridades nepalesas] devem saber como utilizar o financiamento internacional, porque se não for gerido de maneira adequada as pessoas deixam de fazer donativos. Acredito que o financiamento não seja eterno, por isso devem gastá-lo com sensatez», explicou o secretário-geral da Cáritas Macau.

Segundo Paul Pun é preciso estabelecer prioridades na reconstrução das áreas afectadas. «Não se pode correr o risco de olhar para umas povoações e descurar outras. É preciso aceitar as limitações do momento. Por isso, será importante que [as autoridades nepalesas] se certifiquem que as necessidades básicas da população estão a ser satisfeitas», frisou, exemplificando que «nesta primeira fase devem construir tendas para todos, em vez de casas só para alguns».

A terminar, disse ser importante que o calendário escolar tenha continuidade, em vez das crianças ficarem em casa ou nos abrigos temporários. E quanto aos cuidados de saúde, percebe ser inviável a construção de hospitais. «As clínicas são a melhor solução, porém, não devem ficar em tendas, mas sim em edifícios sólidos».

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

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