D. Manuel Clemente sobre a Reforma da Cúria Romana

Está em curso uma desburocratização

O patriarca de Lisboa afirmou em entrevista à ECCLESIA que o Papa está a reformar a Cúria Romana para «retomar a forma inicial das coisas», tornando a estrutura central de governo da Igreja mais simples.

«É natural que a máquina fique mais “enxuta”, mais simplificada, até para funcionar melhor, de uma maneira mais evangélica, não estando a complicar o que pode ser simples», referiu D. Manuel Clemente.

«Sem obviar os problemas e requerendo competências», o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa sublinhou que o funcionamento dos serviços da Santa Sé têm de ser «simples, tanto quanto possa ser».

«Acaba por ser uma desburocratização porque é uma simplificação», considera D. Manuel Clemente.

Para o patriarca de Lisboa, «ter responsáveis por organismos que trabalham em comum e que possam fazer numa vez o que se tinha de fazer em duas ou três é óptimo», porque se «poupam recursos, dinheiro».

«Não podemos esquecer que isto começou com Jesus e uns apóstolos… Depois foi crescendo, mas é bom que não cresça demais enquanto serviço, porque o que interessa é o serviço», recordou.

A reforma da Cúria Romana é o tema central da reunião dos cardeais de todo o mundo com o Papa Francisco, que decorre entre ontem e hoje, antes do consistório público para a criação de vinte cardeais, incluindo D. Manuel Clemente.

A redução do número de Conselhos Pontifícios, reunindo sectores próximos na mesma estrutura, é uma das opções em análise.

O também presidente da Conferência Episcopal lembrou que em Portugal essa «simplificação» já aconteceu, onde foi reduzido o número de comissões «para potencializar serviços que são muito coincidentes e que não podem funcionar uns sobre os outros».

D. Manuel Clemente sublinhou que «na vida da Igreja a palavra reforma é sempre um apelo a retomar a forma inicial das coisas» e, depois de 2000 anos, a forma inicial «não pode ficar obnubilada por muitas outras coisas que se acrescentaram».

«Tem de se perceber que hoje, à volta do Papa e dos bispos, e com aqueles bispos que estão mais perto dele, por serem cardeais no serviço da Igreja Universal, continua exactamente o que aconteceu há dois mil anos no grupo de Jesus e os seus apóstolos», referiu.

No contexto do segundo consistório do actual pontificado, D. Manuel Clemente analisou a situação social e eclesial da actualidade, em Portugal e no mundo, em entrevista publicada na edição especial do semanário digital ECCLESIA, disponível na Internet: (http://agencia.ecclesia.pt/semanario/revista/#/page/1) e que também vai ser emitida na rádio e televisão de Portugal no próximo Domingo.

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