“Cronologia da História de Macau” chega a Portugal em Maio

Conhecimento para todos

A 3.ª edição da “Cronologia da História de Macau”, elaborada pela historiadora Beatriz Basto da Silva, vai ser apresentada no próximo mês de Maio no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa.

«O seu director [Luís Filipe Barreto] deu-me imensa força, e disse-me mesmo que não se pode viver sem cronologia histórica. Foi sempre uma pessoa que acreditou no meu trabalho, e isso honra-me imenso por ser um académico de primeira água que já passou por Macau», disse Beatriz Basto da Silva a’O CLARIM.

Os quatro volumes da 3.ª edição foram lançados a 29 de Janeiro no Clube Militar de Macau. «Por estranho que pareça eram cinco no princípio e agora são quatro volumes, sendo três de informação e um de referências. Mas esses três estão de tal maneira remodelados e repaginados, pois têm um novo sistema de edição com muito mais elementos, visto ter engrossado os séculos XVI e XX», explicou a autora.

«O volume das referências será provavelmente o primeiro a despertar a curiosidade, porque contém a lista de personalidades, tais como dos Papas do século XVI ao XXI, dos bispos, dos capitães-gerais e dos governadores de Macau, dos governadores ou vice-reis da Índia e dos governadores de Timor, entre outros», frisou a historiadora, acrescentando que a obra «deverá estar à venda na Feira do Livro de Lisboa em finais de Maio».

Beatriz Basto da Silva também desejou que os quatro volumes possam ser traduzidos para Inglês e Chinês, desde que seja «uma entidade académica a dirigir a edição» que também «obedeça ao que foi publicado em Português».

«A História é feita de reunião de provas, crítica e interpretação. No fundo há sempre uma margem de erro que o historiador corre o risco de fazer. Na “Cronologia” tenho, por vezes, duas ou três versões sobre o mesmo assunto com as fontes coevas para os leitores poderem interpretá-las. Não arrisquei a tirar partido das fontes, quis antes lançar as pessoas num desafio», assegurou.

 

Três palavras

Se quisesse traçar a História de Macau muito sucintamente, desde o estabelecimento dos portugueses em 1557 até aos dias de hoje, Beatriz Basto da Silva escolhia as palavras «resistência e tenacidade, da parte dos portugueses, e tolerância, da parte dos chineses», porque «se não houvesse estes três ângulos a servir de suporte nós [portugueses] não teríamos a possibilidade de permanecer» no território.

De igual modo, salientou: «fomos úteis uns aos outros. Demos o que tínhamos de melhor uns aos outros, cada qual com as suas características de povo muito diferente. Mas os extremos atraem-se, a curiosidade dos povos é um grande motor e a aculturação é um resultado visível».

Quanto a Macau, «é um ponto diferente de tudo e a China reconhece isso. Há algo que marca muito profundamente a cidade, o território, os costumes e a alma desta terra».

PEDRO DANIEL OLIVEIRA

pedrodanielhk@hotmail.com

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *