Conheça o Desenhador dos Genes

Quando a inteligência humana descobre a Suprema Inteligência

Quando o professor Francis Collins acedeu liderar o “Projecto do Genoma Humano” (www.genome.gov) ficou excitado com a ideia de poder decifrar o código que mostra como é que o corpo humano se organiza.

«Finalizado em Abril de 2003, o PGH deu-nos a possibilidade de, pela primeira vez, conseguirmos ler a totalidade da constituição do desenho básico de um ser humano», conforme se pode ler no sítio da Internet do projecto.

Collins, um médico geneticista famoso pelas suas descobertas sobre doenças genéticas, é hoje o director do Instituto Nacional de Saúde, em Bethesda, no Estado do Maryland, nos Estados Unidos, onde coordena o trabalho da maior equipa de pesquisa biomédica do mundo.

O trabalho de Collins no PGH levou-o mais longe do que esperado. Ao descobrir o código genético humano e a complexidade envolvida no processo, começou a questionar as suas fontes.

Ao estudar o “desenho”, deparou-se com o Desenhador. Por essa razão, em 2006, publicou a obra “A Linguagem de Deus: Um Cientista Apresenta Evidências para Acreditar” – um campeão de vendas da editora do New York Times.

Como pôde um cientista saltar da Biologia para a Fé? Para podermos compreender os contornos dos acontecimentos necessitamos entender o seu trabalho. Deixem-me tentar explicar de uma forma simples:

Todos sabemos que começámos como uma simples célula. Essa célula dividiu-se em duas, depois em quatro, e oito… Ao se dividirem, as células transmitem a mesma informação genética das células iniciais para as células sequenciais. Porém, a certa altura do processo, diferentes quantidades dessas informações são activadas em diferentes tipos de células, produzindo com isso células mais especializadas. E essas células especializadas associam-se a outras células idênticas para formarem tecidos. Estima-se que, na sua maturidade, um ser humano possua cerca de 34.000.000.000.000 (34 triliões) de células, cada uma com uma função específica, mas que trabalha em consonância com as outras 33.999.999.999.999.

«O simples facto de que 34 triliões de células possam cooperar entre si durante décadas, dando origem ao corpo humano, singular, em vez de se dedicarem a uma caótica guerra de micróbios egoístas, é absolutamente fantástico», escreveu Carl Zimmer num artigo da National Geographic, intitulado “Quantas Células Existem no Seu Corpo?”.

Na introdução do seu livro Collins explica: «O Genoma Humano consiste na totalidade do DNA da nossa espécie, o código de vida hereditário. Este texto recém divulgado, com um comprimento de três biliões de letras, está escrito num estranho e criptográfico código de quatro caracteres» (imaginemos uma língua com apenas quatro caracteres no seu alfabeto!!!).

«Tal é a complexidade da informação contida em cada célula do corpo humano que a leitura desse código ao ritmo de uma letra por segundo levaria trinta e um anos a ser completada, mesmo que se lê-se continuamente de dia e de noite».

Obviamente que existe um “design” impresso em cada célula e a existência do “design” implica a existência de lógica, e a lógica implica uma mente. Se existe um desenho, tem que existir um Desenhador.

O mesmo se pode dizer sobre os milhares e milhares de fenómenos que acontecem no Universo. Esses fenómenos ocorrem com tal regularidade que podem ser estudados cientificamente e expressos em fórmulas matemáticas.

Há alguns cientistas (principalmente, de entre muitos, Richard Dawkins e Stephen Hawking) que insistem que não há necessidade de procurarmos o Desenhador nos factos relacionados com estas questões.

Isto lembra-me uma história sobre o padre Athanasius Kircher, um cientista e sábio jesuíta alemão do século VII, que tinha publicado cerca de quarenta obras de relevo no campo dos Estudos Orientais, da Geologia e da Medicina.

Tinha um amigo que não acreditava em Deus: um dia convidou esse amigo para ir ao seu laboratório e mostrou-lhe um modelo à escala do sistema solar. O amigo gostou do que viu e perguntou: «– Quem fez isto?».

«– Ninguém», respondeu Kircher. «Apenas apareceu aí, por si».

«– Deves estar a brincar», retorquiu o amigo. «Alguém o deve ter construído».

Então Kircher disse-lhe: «– Repara, tu vês-te como um cientista sério. Quando te deparas com algo bem feito, queres saber quem o fez. Viste este modelo e quiseste saber quem o tinha feito. Mas isto é apenas um modelo de algo muitíssimo mais complexo e sofisticado, e ainda assim recusas-te a perguntar “Quem fez isto?” Que espécie de cientista és tu?».

Alguns dizem que tudo acontece ao “calhas”, que acontece por acidente. C.S. Lewis argumentou contra esta teoria no livro “O Grande Milagre”: «Se o Sistema Solar foi resultado de uma colisão acidental, então o aparecimento da vida orgânica neste planeta também foi uma ocorrência acidental, e toda a evolução do Homem também resulta de um acidente».

«Assim sendo todos os nossos pensamentos são simples acidentes – uma simples consequência do movimento dos astros. E isso é mais verdade para os pensamentos dos materialistas e astrólogos, tal como todos os outros. Mas se os seus pensamentos – i.e. sobre o Materialismo e Astrologia – são meras consequências acidentais, porque razão deveremos acreditar neles como sendo verídicos? Não vejo qualquer razão para acreditar que um acidente me possa dar uma descrição correcta de todos os outros acidentes».

O Livro da Sabedoria (131,5,9) diz-nos: «Todos os homens que ignorem Deus são loucos por natureza; e eles serão incapazes de reconhecerem que Ele existe nas boas coisas que há, nem podem reconhecer o Artesão, mesmo quando pagam pelos seus trabalhos… Porque pela grandeza e beleza das coisas criadas chegamos à percepção correspondente da existência do Criador… Se eles têm o poder de tanto conhecimento, que podem escrutinar o mundo, como é que eles falham em encontrar mais cedo o Senhor de todas as coisas?».

 Pe. José Mario Mandía

(Tradução: António R. Martins)

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