Papa convida a preparar o Natal com alegria e oração
O Papa apelou à alegria e oração dos católicos na preparação do Natal, assinalando, deste modo, o início do tempo litúrgico do Advento. «Exorto-vos a todos a viver este tempo forte com uma oração vigilante e uma esperança ardente», disse, no final da audiência semanal das quartas-feiras.
Antes, ao saudar os peregrinos na Praça de São Pedro, Francisco convidou a viver o Advento, «tempo de graça, irradiando a alegria que é fruto do encontro com Jesus».
A Igreja Católica assinala este Domingo o início de um novo ano no seu calendário litúrgico, que começa com o chamado Tempo do Advento, compreendendo os quatro Domingos anteriores ao Natal.
As três primeiras semanas, que recordam especialmente a segunda e última vinda de Cristo à Terra, esperada pelos cristãos para o fim dos tempos, tornam o Advento num tempo penitencial marcado pelo convite à vigilância, arrependimento e reconciliação com Deus.
A partir de 17 de Dezembro, a liturgia adventícia, pautada pela cor roxa, acentua a festa do nascimento de Jesus, o Natal, que os católicos assinalam a 25 de Dezembro.
As leituras bíblicas proclamadas nas missas evidenciam as figuras bíblicas do profeta Isaías, de João Baptista, precursor de Cristo, e de Maria, mãe de Jesus.
As manifestações do Advento, palavra de origem latina que significa “vinda” ou “chegada”, expressam-se na coroa de ramos verdes com quatro velas, que se acendem aos Domingos, bem como na armação do Presépio, entre outras práticas.
O tempo do Natal, que se lhe segue, termina a 12 de Janeiro de 2025, dia em que o Calendário Litúrgico evoca o Baptismo de Jesus.
Na reflexão da manhã de quarta-feira, o Papa destacou a «alegria» como fruto do Espírito Santo: «Ao contrário de qualquer outra alegria que possamos experimentar nesta vida, que no final será sempre passageira, a alegria evangélica não está sujeita ao tempo. Pode ser renovada todos os dias e torna-se contagiosa. Além disso, a sua partilha com os outros fá-la crescer e multiplicar-se».
Francisco recordou a vida de santos como São Filipe Neri, que «soube dar testemunho do Evangelho, contagiando todos com a sua alegria, bondade e simplicidade de coração».
O Papa saudou depois os vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa: «Deixemos que os nossos corações sejam preenchidos pela alegria do Evangelho, conscientes de que quanto mais a partilharmos com os outros, tanto mais estaremos cheios dela. Deus vos abençoe!».
Francisco anunciou que, a partir da próxima semana, a audiência geral passa a contar com tradução em Chinês, que se soma assim às intervenções em Italiano, Francês, Inglês, Alemão, Espanhol, Português, Polaco e Árabe.
UCRÂNIA: INVERNO DURO
O Papa alertou ainda para o «Inverno duro» que se aproxima na Ucrânia, tendo recordado, em particular, as crianças que sofrem com a guerra há mais de dois anos. «Sede caridosos e construtores de paz, apoiando aqueles que estão doentes e sofrem com as guerras, especialmente os ucranianos que enfrentam o Inverno. Será um Inverno duro para a Ucrânia», afirmou, ao saudar os peregrinos polacos presentes na audiência semanal.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco despediu-se com uma palavra de apoio ao «martirizado povo ucraniano, que sofre tanto». «Vocês, crianças, pensem nas crianças e nos jovens ucranianos que estão a sofrer com este tempo, sem aquecimento, com um Inverno muito duro, muito forte», pediu aos meninos e meninas presentes.
A guerra iniciada em Fevereiro de 2022 registou nas últimas semanas novos desenvolvimentos, com a intervenção de forças norte-coreanas, por parte da Rússia, e a utilização de mísseis de fabrico ocidental, do lado ucraniano.
Na terça-feira, numa mensagem enviada à Conferência de Revisão da Convenção sobre a Proibição das Minas Antipessoais, em curso no Camboja, o Papa denunciou as armas utilizadas no conflito que decorre no Leste da Europa. «Continuam a causar terríveis sofrimentos aos civis, especialmente às crianças, criando um sentimento adicional de medo que interrompe os meios de subsistência e dificulta a reconciliação, a paz e o desenvolvimento integral», frisou.
Cerca de 164 Estados e territórios, incluindo a Ucrânia, assinaram a Convenção de Otava de 1997 sobre a proibição e eliminação das minas antipessoais, mas nem a Rússia nem os Estados Unidos ratificaram esta convenção.
In ECCLESIA