«Nunca a guerra»
O Papa apelou à oração pela paz na Ucrânia, no dia em que convocou uma jornada mundial por esta intenção, defendendo o diálogo para evitar um cenário de guerra.
«Que as orações e súplicas, que hoje se elevam ao Céu, toquem as mentes e os corações dos responsáveis na terra, para que façam prevalecer o diálogo, e o bem de todos seja colocado acima dos interesses particulares. Por favor, nunca a guerra», disse na quarta-feira, no final da audiência pública semanal que decorreu no Auditório Paulo VI, no Vaticano.
Francisco já havia manifestado, no último Domingo, a sua preocupação com o aumento da tensão entre a Ucrânia e a Rússia, convocando para a passada quarta-feira um dia mundial de oração pela paz.
«Peçamos ao Senhor com insistência que aquela terra possa ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões», pediu durante a audiência pública.
O Papa, que tinha evocado o Holocausto, ocorrido na II Guerra Mundial (1939-1945), lembrou os mais de cinco milhões de ucranianos que «foram aniquilados, durante o tempo da última guerra».
«É um povo sofredor, sofreu a fome, tantas crueldades, e merece a paz», acrescentou.
Francisco convidou os católicos a rezar pela paz na Ucrânia «muitas vezes, durante este dia».
A Conferência Episcopal Portuguesa convidou as dioceses e organismos católicos do País a unir-se à jornada de oração pela paz, “na solidariedade fraterna com o povo ucraniano e com os cristãos e os bispos da Ucrânia”.
A diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, por exemplo, uniu-se a todas as dioceses de Portugal num momento de oração, ao final da tarde de quarta-feira, na igreja da Memória, em Lisboa.
Também o Santuário de Fátima anunciou que, em todas as celebrações desse dia se iria rezar “explicitamente pela paz”.
A NATO tem reforçado a ajuda militar à Ucrânia e a Rússia tem estacionados cerca de cem mil soldados nas fronteiras com este país.
Após a revolução pró-ocidental de 2014, em Kiev, Moscovo anexou a região da Crimeia, apoiando ainda movimentos separatistas nas províncias de Donetsk e Luhansk.
Estima-se que o conflito tenha provocado mais de treze mil pessoas, nos últimos anos, e obrigado à deslocação de milhões de pessoas.
In ECCLESIA