Ano da Cabra começa bem

É bom estar de volta ao convívio dos leitores depois de um pequeno interregno de uma semana. Espero que tenham tido uma boa entrada no Ano da Cabra. E, já agora, para que não falte a tradição: Kung Hei Fat Choi para todos e respectivas famílias.

Aqui deste lado do mundo, caso não fosse a ligação que mantemos com Macau, o Ano Novo Chinês teria passado totalmente despercebido. Nem a embaixada da República da China (Taiwan), que fica aqui bem perto de nós, assinalou o evento publicamente.

Estamos, finalmente, com os dias contados e com vontade de rumar a outras paragens. Se o tempo colaborar connosco, tal irá acontecer ainda durante esta semana ou no próximo fim-de-semana. Iremos rumar a Martinica, a Norte, aqui mesmo ao lado, e depois iremos para Sul, passando ao largo de St. Lucia em direcção a São Vicente e Grenadinas, e talvez Grenada.

Com toda a certeza, em Maio teremos de estar de novo em Martinica para recebermos a bordo uma família de amigos do Porto que nos vem visitar. Quando nos deixarem, em finais de Maio, princípios de Junho, iremos atravessar para Bonaire, Coracao e Aruba, rumo ao Panamá.

Entretanto, aqui em St. Lucia, o tempo tem estado instável, com muito vento e ondulação, o que nos obrigou, há já mais de uma semana, a mudar de posição na baía para estarmos mais protegidos. As preocupações com a segurança têm tomado grande parte do nosso dia-a-dia. De tal forma que até nos esquecemos de verificar os passaportes e os vistos de permanência. Verificámos que já excedemos o tempo de estadia permitido pelas autoridades.

Quando chegámos a St. Lucia, de barco, deram-nos um visto de seis meses mas, ao regressarmos de Nova Iorque, de avião, foi-nos emitido um visto de apenas seis semanas. Nunca nos passou pela cabeça que emitissem dois tipos de visto. Para nossa surpresa, quando fomos indagar junto da Alfandega em relação ao limite de permanência do veleiro (só pode ficar até seis meses, sem ter que ser importado oficialmente), fomos informados que os vistos emitidos no aeroporto são válidos por seis semanas, ao contrário dos emitidos no porto marítimo que duram seis meses.

São pequenos detalhes como estes que tornam a nossa vida interessante. Na última terça-feira, porque segunda-feira foi feriado, em compensação do Dia da Independência que calhou no Domingo, fomos todos à capital para pedir uma extensão dos vistos e legalizar a situação.

Tendo em vista a saída da ilha, temos também de tratar da emissão do Certificado Sanitário para o Noel, o que terá de ser efectuado mediante marcação na sede dos Serviços de Veterinária e Agricultura do Governo local. Sem esse documento não será possível entrar com o cachorro noutro território.

Apesar do mau tempo e do muito vento, o Sol não tem deixado de aparecer. Mesmo assim não tem dado para mergulhos, pois as águas estão muito turvas, num quadro algo parecido com Hac Sa. Ainda assim, deu para ir à marina visitar alguns amigos e rever a tripulação do Magellanus, o veleiro português que conhecemos quando voltámos dos Estados Unidos, em Dezembro. Estão de volta a St. Lucia para descansarem antes de rumarem a Martinica, onde irão deixar o veleiro para ser enviado para Portugal por carregueiro. A tripulação irá seguir de avião.

A terminar, apraz-me dizer que terminei a inspecção ao catamaram que está em processo de aquisição pela tal família de portugueses que residiu em Macau, sobre a qual já vos falei em crónicas anteriores. Tudo decorreu como esperado e a compra irá concretizar-se.

Ficamos felizes por ver mais uma família lusa a viver o sonho da vela. Esperamos encontrá-los em Março quando vierem tomar posse da sua nova “casa” e começarem a volta ao mundo.

João Santos Gomes

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