3º DOMINGO COMUM – Ano C – 26 de Janeiro

3º DOMINGO COMUM – Ano C – 26 de Janeiro

Caminhando com Jesus no “Tempo Comum”

Acabámos de entrar no Tempo Comum. Chama-se “ordinário” não por ser comum, mas simplesmente porque as semanas do Tempo Comum são numeradas. As semanas numeradas do Tempo Comum representam a vida ordenada da Igreja – o período em que não vivemos as nossas vidas, nem em festa (como nos períodos do Natal e da Páscoa), nem em penitência mais severa (como no Advento e na Quaresma), mas em vigilância e expectativa da Segunda Vinda de Cristo. O Tempo Comum centra-se, portanto, nos ensinamentos e milagres de Jesus Cristo. É um período de crescimento, de reflexão e de cultivo da nossa fé.

Ouvimos hoje as palavras iniciais do Evangelho de Lucas. Ele começa a sua crónica sobre a vida e as obras de Jesus Cristo e centra-se no início do Seu ministério. Lucas escreve: “Jesus voltou para a Galileia na força do Espírito”. A notícia do regresso de Jesus espalhou-se por toda a Galileia. Ele ensinava nas sinagogas e era elogiado pelos Seus ensinamentos.

Teófilo, a quem o Evangelho de Lucas é dedicado, deve ter professado a fé enraizada em Deus. O objectivo declarado de Lucas ao escrever o Evangelho não é tanto convertê-lo, mas sim demonstrar até que ponto esta fé que Teófilo professou é segura. Não há nada de incerto ou impermanente nela. Mas São Lucas não se limita a afirmá-lo, como faria um vendedor de carros em segunda mão. Ele quer que Teófilo – e também quer que nós – analisemos cuidadosamente as provas, com ele, e cheguemos a essa conclusão por nós próprios. Por isso, vai contar a história de Jesus. Vai convidar-nos a fixar a nossa atenção em Jesus, como fizeram as pessoas reunidas em Nazaré, ouvindo as suas palavras, observando os seus actos, ouvindo também aqueles que lhe dão testemunho e aqueles que se lhe opõem. Na nossa caminhada de fé no Tempo Comum, seguiremos Jesus desde o início, através do seu nascimento milagroso, da sua infância obscura, até ao seu ministério público, com os seus ensinamentos e parábolas, os seus actos de poder curativo e os seus conflitos com as autoridades. Mais importante ainda, ouviremos o relato da sua paixão, morte, ressurreição e ascensão. Depois, no segundo volume de São Lucas, seguiremos a história até ao fim, com a vinda do Espírito Santo no Pentecostes, e o maravilhoso nascimento e o drama inicial da Igreja.

Hoje, Jesus convida-nos a participar no seu ministério, a encontrá-lo no trabalho e nos encontros comuns que fazemos todos os dias. Ele ungiu-nos e enviou-nos para “proclamar a liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, libertar os oprimidos e proclamar um ano aceitável para o Senhor”. Este é o nosso chamamento, independentemente de quem sejamos. Jesus dá-nos o poder de curar e de pregar a sua Palavra. Podemos não ter a capacidade de “libertar” todos os cativos. No entanto, se nos amarmos uns aos outros incondicionalmente, o nosso amor e carinho podem “libertar” uma pessoa da solidão ou desespero. Talvez possamos ajudar a “levantar” a opressão do corpo, da mente ou do espírito de alguém. Nós não somos Jesus, mas Jesus encarregou-nos de sermos seus discípulos nesta terra. Como seus discípulos, somos chamados a partilhar as boas novas e a ajudar todos os que precisam.

No Tempo Comum, deixemos que Cristo caminhe entre nós e transforme as nossas vidas: Hoje, estejam atentos às pessoas que possam encontrar e que possam estar “presas”. Esforçai-vos por abrir as mentes e os corações das pessoas que anseiam por ver Deus. Ajude a aliviar o fardo da mente, do corpo e do espírito de alguém. O leitor e eu somos chamados a seguir os passos de Jesus e, se o fizermos, poderemos dar uma simples, mas grande, dádiva a uma pessoa que esteja a precisar.

Pe. Leonard Dollentas

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