Papa quer Oração no centro da Vida e do Trabalho
O Papa assinalou, na passada quarta-feira, a Festa de São José Operário, com que todos os anos a Igreja se associa ao 1.º de Maio, tendo convidado a fazer da oração o centro da vida e do trabalho.
«Hoje, dia 1 de Maio, com toda a Igreja, comemoramos São José Operário e iniciamos o Mês Mariano. Por isso, gostaria de propor a cada um de vós, novamente, a Sagrada Família de Nazaré como modelo de comunidade doméstica: uma comunidade de vida, de trabalho e de amor», disse, no final da Audiência Pública semanal, que decorreu no Auditório Paulo VI.
Como habitualmente, o Papa deixou uma saudação particular aos peregrinos de língua portuguesa: «Que São José Operário vos inspire a ritmar cada dia com um trabalho especial: a oração. Nela, antes de mais, peçamos ao Senhor que renove e aumente em nós a fé, para que toda a nossa actividade por Ele comece e Nele acabe».
Francisco lembrou aos participantes no encontro que São José «aceitou prontamente os projectos de Deus para a sua vida», acrescentando: «Que o seu exemplo nos ajude a ser firmes na fé, a qual nos dá a certeza que o Senhor nos acompanha sempre».
A Catequese semanal foi dedicada à Fé, uma das virtudes teologais, «uma força que não é só humana» e «abre a mente ao mistério de Deus». O Santo Padre disse que o grande «inimigo» da fé não é a inteligência ou a razão, mas «o medo»: «A fé é o primeiro dom a ser acolhido na vida cristã: um dom que deve ser acolhido e pedido diariamente, para que se renove em nós. Aparentemente é um dom pequeno, mas é o essencial».
E PORQUE AS GUERRAS NÃO TERMINAM…
E porque as guerras não terminam, o Papa voltou a recordar, na referida Audiência Pública, as vítimas das guerras, não deixando de criticar quem enriquece à custa das armas: «A guerra é sempre uma derrota, sempre!».
Aos peregrinos, o Pontífice convidou a rezaram pela «martirizada Ucrânia, que tanto sofre», e pelos «habitantes da Palestina e de Israel, que estão em guerra». «Pensemos nos Rohingya, em Myanmar, e peçamos a paz, peçamos a verdadeira paz para estes povos e para o mundo inteiro», acrescentou ainda.
Neste contexto, o Papa lamentou que actualmente «os investimentos que mais rendem» sejam as «fábricas de armas». Francisco considera «terrível» ganhar-se dinheiro com armas e a morte de seres humanos.
Ao saudar os peregrinos da Polónia, sublinhou a importância de rezar para que a paz avance. «Durante as orações do mês de Maio, confiem a Nossa Senhora as vossas situações pessoais e familiares, bem como os sofrimentos daqueles que são vítimas das guerras. Rezem pela Igreja, pela pátria, pela paz na Ucrânia e no Médio Oriente», pediu.
A terminar, o Papa recordou as populações atingidas pelas fortes chuvas que assolam o Quénia desde Março e que já provocaram pelo menos 169 mortos e noventa desaparecidos. «Desejo transmitir à população do Quénia a minha proximidade espiritual neste momento em que uma grave inundação, tragicamente, tirou a vida de muitos irmãos e irmãs, ferindo outros e causando destruição generalizada», declarou.
In ECCLESIA